Superstições: a crença que supera todas as fronteiras sociais

A sociedade brasileira está repleta de tradições e crenças que ajudaram a moldar o imaginário popular e as práticas individuais e coletivas. As superstições têm um papel significativo na forma com que as pessoas percebem e interagem com o mundo ao seu redor.

O Brasil é um país rico em diversidade cultural e as superstições encontradas em nossa terra tem as mais diversas origens, no entanto, independentemente do local de criação, todas essas tradições têm raízes profundas e continuam a desempenhar um papel proeminente na vida cotidiana de muitos.

Neste post, navegaremos pelas mais diversas crenças que existem e abordaremos como essas práticas alcançam todos os setores da sociedade.

Ondas e sal

A relação das superstições com o mar é antiga e remete a uma série de rituais que envolvem o poder das marés e também o sal. Esse ingrediente culinário já foi uma forma de bônus dos soldados romanos, daí vem a palavra salário, e também está no centro de várias tradições populares.

Na Grécia Antiga, o banho de mar era uma prática que ia além do esporte ou do relaxamento. Já naquela época, mergulhar em águas salgadas era considerado uma forma de purificação espiritual e um canal entre os mortais e os deuses do mar.

No Brasil, o mar e o sal estão no centro de diversas superstições. Milhões de pessoas passam a virada do ano pulando sete ondas, uma prática muito popular em todo país. Segundo a tradição, aqueles que saltam as ondas são agraciados com purificação e força para vencer os obstáculos que virão.

Já o sal aparece como ingrediente principal para uma série de simpatias. Começando pelos tradicionais banhos de sais ou de sal grosso, vistos como uma forma de limpar o corpo das más energias e ficar com o espírito imaculado para os futuros desafios. Um dos adeptos dessa superstição é o sambista Zeca Pagodinho.

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Escudos contra a inveja

A inveja é um sentimento inerente ao ser humano, seja de uma forma controlada ou maliciosa, todos tentam escapar do famigerado “olho gordo”. Para conseguir proteção contra as energias negativas e a cobiça de terceiros, muita gente apela para as superstições, em geral, a melhor defesa vem em forma de amuletos.

O primeiro e mais conhecido é o Olho Grego, uma peça azul, branca e negra com o desenho de um globo ocular no centro, outro nome para esse amuleto é Nazar. Acredita-se que o objeto pode proteger o seu portador contra o mau-olhado e manter a sua energia intacta contra a negatividade alheia.

A pimenta também é vista como uma proteção contra a inveja. Nesse caso, a planta pode ser levada em forma de amuleto, seja uma pequena joia ou uma pulseira, e também em sua forma natural, sendo plantada em um pequeno vaso em casa ou no trabalho. Acredita-se que a pimenta tem o poder de absorver as más energias.

A roupa certa

Uma das superstições mais presentes e conhecidas no mundo inteiro é a roupa da sorte. Milhões de pessoas contam com uma peça de vestuário com “superpoderes”, seja uma cueca, um par de meias ou um sutiã, a crença versa que quando o seu usuário leva a vestimenta, tudo dará certo.

Essa prática é extremamente popular no mundo esportivo. Em todas as modalidades existem exemplos famosos. O maior jogador de basquete de todos os tempos, Michael Jordan, tinha o seu shorts da sorte, que o acompanhou da universidade até os primeiros anos de NBA.

No mundo do poker, Sebastian Sorensson ficou conhecido como o “cara do cachecol”, depois de usar a peça todos os dias durante o torneio de Barcelona, do qual saiu vencedor. Outro jogador que ganhou fama pela vestimenta foi John Hesp, que portou um terno extravagante durante o Main Event da WSOP de 2017.

Além da peça da sorte, no Brasil, a cor da vestimenta também exerce grande influência. Para atrair fortuna e prosperidade, o dourado é a cor indicada; já aqueles que buscam o amor, devem procurar algo na cor vermelha; e o verde é a coloração indicada para quem busca esperança e equilíbrio.

As superstições desempenham um papel fascinante na cultura brasileira, conectando as tradições do passado com as novas gerações. Essas crenças e rituais tem suas raízes no folclore nacional e em práticas estrangeiras e adicionam camadas ricas e complexas à cultura. Independentemente de acreditar ou não, são histórias que formam o tecido social nacional.

 



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Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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