Catador de recicláveis passa pela EJA, conquista mestrado e é sucesso acadêmico

Alex Cardoso, um catador de materiais recicláveis de 42 anos, comemorou em suas redes sociais a aprovação no curso de ciências sociais da UFRGS, após 20 anos longe da sala de aula e concluindo o ensino fundamental e médio pela EJA (Educação de Jovens e Adultos). Atualmente, ele está cursando o mestrado em Antropologia na mesma universidade.

Após deixar a escola aos 15 anos para ajudar sua família na coleta de recicláveis, Alex se envolveu com movimentos sociais relacionados à reciclagem e deu palestras em diversas universidades nacionais e internacionais. No entanto, mesmo com suas conquistas, sempre era rotulado como “o Alex, catador que estudou até a quinta série do ensino fundamental”.

Motivado a questionar a desigualdade no acesso à educação, Alex decidiu retomar seus estudos em 2015, sendo acolhido na EJA e concluindo o ensino fundamental e médio. Com o auxílio de um cursinho popular, preparou-se para o vestibular e foi aprovado na UFRGS, gerando grande repercussão.

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Crédito: Brayan Martins Viana / Porto Alegre (RS)

“Vai ter catador doutor!”, disse ele em suas redes sociais ao celebrar seu nome na lista de aprovados do curso de ciências sociais. Alex acredita na importância de uma universidade inclusiva, onde todas as pessoas tenham a oportunidade de frequentar e compartilhar suas vivências. “De catador semianalfabeto, em um prazo de oito anos, eu consegui avançar até ingressar no mestrado em uma universidade federal”, recorda.

Durante sua graduação, Alex desenvolveu um Trabalho de Conclusão de Curso sobre sua experiência como catador e lançou um livro relacionado ao tema.

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Crédito: Brayan Martins Viana / Porto Alegre (RS)

Atualmente cursando o mestrado em Antropologia, Alex pretende seguir para o doutorado e recebeu um convite para estudar na Universidade de Coimbra, em Portugal. “Eu acho que todo mundo precisa de universidade. Temos que parar com essa lógica e com esse discurso que, de certa forma, exclui as pessoas”, reflete.

“Sabe aquela revolução social que a gente almeja? Ela acontece todos os dias, cada vez que um aluno entra dentro de uma sala de aula. Se for uma sala da EJA, a transformação é ainda maior, porque eles estão retomando um sonho”, conclui Alex, ressaltando o poder transformador da educação e a importância de dar oportunidades a todos.

Com informações de Por Vir



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Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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