Caminhe a meu lado, e a gente vai se ensinar mutuamente

“Não caminhe à minha frente, porque talvez eu não esteja disposto a segui-lo. Não caminhe atrás de mim, porque talvez eu nem tenha vontade de liderar você. Caminhe a meu lado, e a gente vai se ensinar mutuamente.”

Link: Resgatando a sabedoria interior com Felipe Rocha

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Essa linda frase de autoria por mim desconhecida foi dita pelo terapeuta holístico Felipe Rocha num episódio do podcast Conscientemente, cujo link está logo acima.

Ela traz profundos ensinamentos e talvez o maior deles seja o da humildade. É uma forma elegante de dizer que não existe ninguém nem melhor nem pior do que ninguém. O que existe são bilhões de seres humanos no mundo, cada um vivendo suas experiências e aprendendo a partir delas.

Quando duas pessoas caminham lado a lado, elas compartilham entre si seus valores e talentos de uma forma absolutamente diferente de quando uma está à frente e outra está atrás. E sabe o que é mais interessante? Quando há esse ensinamento mútuo nos enriquecemos interiormente, ganhamos mais recursos para lidar com os desafios que a vida nos impõe.

Há pessoas que tem um verdadeiro vício de serem as “sabe tudo”. As palavras que mais saem de suas bocas são “Eu já sei disso”. Com essa postura arrogante elas impedem de aprender com cada pessoa que surge em suas vidas, sem contar que muitas vezes se tornam difíceis de conviver.

Também há aquelas que não conseguem enxergar seus valores e talentos, achando quem em tudo os outros são melhores do que elas. Essa postura também é danosa. Muitos não fazem ideia da postura que é a mais adequada, que é a modéstia. Sabe o que é a modéstia no mais original da palavra? É você reconhecer os valores e os defeitos que tem “sem tirar nem por”, como se diz popularmente. Em outras palavras, é você não se envergonhar em dizer no que é bom, mas também não querer criar máscaras e mais mascarar para esconder aquilo no qual precisa ser melhorado.

Dando um exemplo pessoal para que isso fique claro. Eu me considero um bom professor. Exerço meu oficio de uma forma diferenciada e comumente sou reconhecido por fazer um bom trabalho. Agora me peça para fazer uma bela refeição, super gostosa e cheia de requintes! Você vai chorar de tristeza, porque sou uma negação da cozinha. Mal sei fazer um arrozinho ou fritar um peito de frango.

Isso é modéstia. Não estou me diminuindo e muito menos estou me colocando acima dos outros entende?

Quero concluir essa breve reflexão desconstruindo um antigo ditado que felizmente hoje em dia quase já não se fala mais, pois passa uma ideia bem machisma e talvez até preconceituosa. Diz assim: “Atrás de um grande homem tem sempre uma grande mulher”.

Fazendo um link com a frase do início é como se o homem fosse o que lidera a mulher, como se mandasse nela, e isso é absolutamente falso.

E sabe de outra coisa? Por que não poderia ser um outro homem em vez de uma mulher? E por que a frase não é construída com o protagonismo da mulher? Tudo isso precisa ser questionado…

Num primeiro momento até seria interessante mudar a frase para “Ao lado de um grande homem tem sempre uma grande mulher”. Essa frase é muito mais interessante que o ditado colocado antes. Mas a meu ver ainda está incompleto, porque podemos ter um grande homem ao lado de um grande homem, e também uma grande mulher ao lado de uma grande mulher.

Já pensou que lindo se esse ditado fosse escrito assim: “Ao lado de um grande ser humano há sempre vários outros grandes seres humanos…”. Uau! Isso é o que almejo para minha vida, ter muitas e muitas pessoas incríveis ao meu lado, aprendendo mutuamente!

Vamos juntos colocar em prática essa mensagem tão edificante? Caminhe ao lado das pessoas! Assim você estará sempre aprendendo e melhorando como ser humano…



LIVRO NOVO



Bacharel em Física. Mestre em Engenharia Mecânica e Psicanalista clínico. Trabalha como professor de Física e Matemática, mas não deixa de alimentar o seu lado das Humanas estudando a mente humana e seus mistérios, ouvindo seus pacientes e compartilhando conhecimentos em seu blog "Para além do agora", no qual escreve desde 2012.

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