Tribunal do RJ coloca juízes para trabalhar como faxineiros: “empatia é essencial”

O que seria inacreditável para muita gente, não foi para o Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, que convidou juízes e desembargadores a passarem um dia trabalhando como faxineiros, garis, ajudantes gerais e outros empregos dos quais eles mesmos julgam diariamente.

Esse exercício de “se colocar no lugar do outro”, ou empatia, foi desenvolvido para ajuda na conscientização dos magistrados sobre as dificuldades cotidianas encontradas trabalhadores que quase sempre passam despercebidos.

Bastou apenas um dia trabalhando como gari que o juiz Thiago Mafra da Silva relatou dificuldades: “Foi bem pesado, cheguei a vomitar por causa da insolação”.

“A empatia é essencial para todos, mas para nós especialmente, diariamente, a gente tem que se colocar no lugar do outro, se colocar na pele tanto do trabalhador, quando do empregador, para entender as dificuldades que eles enfrentam”, contou Thiago.

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O projeto, desenvolvido pela Escola Judicial do TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro), tem o intuito de construir esse olhar de sensibilidade dos juízes e desembargadores que julgam processos trabalhistas, de modo que eles sejam mais empáticos em relação ao trabalho e aos casos julgados e menos formais.

Antes de realmente “trocarem” de função, tanto os juízes quanto os desembargadores participam de diversas aulas teóricas do que viriam a exercer na semana seguinte: como atender uma chamada de reclamação de uma empresa de telemarketing, como limpar um banheiro ou um jardim de uma empresa, como receber o dinheiro do ônibus na posição de trocador e como atuar como gari.

“O juiz que perdeu a capacidade de olhar com empatia para o outro, perdeu a capacidade de ser juiz”, afirmou Marcelo Augusto Souto de Oliveira, diretor da Escola Judicial e um dos responsáveis pela implementação da ideia.

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Ao final da experiência, um dos magistrados disse achar a experiência fundamental e muito positiva. “É um exercício importante, porque a nossa carga de processos é muito grande. Se não tomarmos cuidado, corre o risco de virar automático, de virar só mais um processo. Sendo que para as partes não é isso, às vezes é uma das coisas mais importantes da vida delas”.

E vocês, o que acham?

Matéria com informações do portal BBC/Fotos: Letícia Mori/BBC



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