A bondade é como o sol

Estava lendo algumas frases do filósofo da antiguidade Platão e fiquei encantado com uma que falava sobre o bem comparando com o sol. Farei uma breve reflexão a partir dessa frase!

“O Bem e o Sol são dois reis; um do mundo inteligível, outro do mundo sensível.”

A República, Livro VI, Platão

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Platão viveu há 2400 anos, porém, seus ensinamentos continuam extremamente atuais e impactantes. É muito linda essa comparação entre o bem e o sol. Quero lhe contar algo fascinante para você ter ideia do poder dessa frase. Já li em trabalhos científicos que a energia proveniente do sol é tão forte e tão gigantesca que em apenas 1h de irradiação, se 100% dessa energia pudesse ser convertida para a humanidade, teríamos energia elétrica para todo o planeta por 1 ano inteiro e ainda sobraria energia.

Não é à toa que tantas novas pesquisas vêm sendo feitas com energia solar, porque provavelmente ela será a principal fonte energética do futuro.

Agora levando isso para a nossa vida e a virtude do bem temos melhor noção da sua grandiosidade. Platão dizia em seus diálogos que o caminho de perfeição está em cultivar o bem, a justiça e a beleza, e certamente os três andam de mãos dadas, pois não existe nenhum ser humano que sendo verdadeiramente bondoso também não seja justo e belo.

Fiz questão de levantar essa reflexão nesse texto porque estamos vivendo um período de crises no mundo todo e a maior crise é a de valores, a crise moral. Parece que um número absurdo de pessoas têm optado por cultivar o contrário do ideal platônico: maldade, injustiça e feiura. E logicamente ver isso nos entristece, nos desanima e joga nuvens de desesperança em nosso coração.

Inclusive tem um pensamento maravilhoso de autoria do genial diplomata Ruy Barbosa que é uma verdadeira aula de ética e constantemente lembro:

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

Ruy Barbosa

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Às vezes eu me vejo com esse mesmo questionamento: “Será que vale a pena continuar sendo bom, sendo justo, sendo honesto, sendo empático?”. A resposta é SIM, com letras garrafais.

Você imagina como seria o mundo se todos desistissem do bem? Provavelmente já teríamos todos nos autodestruído. Uma imensa guerra nuclear já teria nos devastado! São exatamente as pessoas boas, que certamente são a maioria, que ajudam a manter nosso mundo fluindo e prosperando.

Escrevo esse texto antes de tudo para mim mesmo, para que ao lê-lo, mantenha viva dentro de mim essa chama das grandes virtudes ensinadas não só por Platão, mas por tantos outros mestres, como por exemplo, Shakespeare.

Numa de suas frases ele diz:

“Jamais me arrependi de ter feito o bem, e não me arrependerei hoje.” – O Mercador de Veneza

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O que acha de seguir o conselho desses homens que se tornaram imortais a partir do legado de sabedoria que nos deixaram?

Quero concluir compartilhando uma das minhas músicas favoritas, que toda vez que escuto ela mexe comigo, levanta o meu astral e me fortalece no caminho de retidão. Trata-se da música “Um dia do seu sol”, da banda Pato Fu. Se você ainda não a conhece, não deixe de ouvir. Sua letra tem tudo a ver com a reflexão desse texto. Esta foi uma música que certamente foi composta com muito carinho e num dia iluminado pelos componentes da banda!

“Mesmo que houver tristeza
Tenha certeza que ela vai secar ao sol
Ao calor que vem do seu sol

Peço, por favor
Leve aonde for o seu sol…”

Imagem de Sven Lachmann por Pixabay



LIVRO NOVO



Bacharel em Física. Mestre em Engenharia Mecânica e Psicanalista clínico. Trabalha como professor de Física e Matemática, mas não deixa de alimentar o seu lado das Humanas estudando a mente humana e seus mistérios, ouvindo seus pacientes e compartilhando conhecimentos em seu blog "Para além do agora", no qual escreve desde 2012.

2 COMENTÁRIOS

  1. Acho que vale a pena ser bom sim, principalmente se você crê na Justiça Divina porque seremos conhecidos por nossas próprias obras e não pelas obras dos políticos corruptos que trabalharam em benefício próprio, roubando merenda das crianças. Senão por índole ou DNA, seja por interesse mesmo, porque é claro, só criança que passa de ano merece presente, as outras não merecem castigo mas advertências. Geralmente quem pratica o bem, o faz obedecendo à própria natureza, sempre se colocando no lugar do outro, aquele que sofre, para sentir a dor dele, anulando-a ou pelo menos aliviando-a. “Brilhe a vossa luz” para que os outros aprendam a iluminar também.

    • Obrigado pela mensagem Sandra! Você tem toda razão. Esse obedecer à natureza que você disse tem a ver com a consciência que desenvolvemos dentro da gente que nada nem ninguém consegue destruir quando ela é forte. Sigamos juntos nesse caminho de crescimento em consciência e amor. Grande abraço querida!

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