Eu aprendi que respeitar os meus sentimentos é o primeiro e mais importante passo para que fique tudo bem.

Quem me vê de longe, ainda mais protegido pela distância de uma tela, acha que a minha vida é esse oceano de lindos relacionamentos e objetivos concretizados. Pois bem, não é. Todos os dias eu preciso mentalizar que vai ficar tudo bem. Isso porque o ficar bem nem sempre depende da minha pessoa, e de forma alguma depende das expectativas que você tem a meu respeito. Aliás, nenhuma consequência dos meus sentimentos depende de alguém ou de alguma coisa.

Eu aprendi que respeitar os meus sentimentos é o primeiro e mais importante passo para que fique tudo bem. Mas é respeitá-los nas suas formas mais completas e complexas, sejam elas eufóricas ou melancólicas – agradecidas ou ingratas. Porque é em vão negar quando a tristeza bate. Assumir os pensamentos ruins mostra maturidade, crescimento. Seria muito fácil se eu evoluísse só com boas vibrações. Não, também tenho a responsabilidade de aceitar os meus piores lados. Mas eles não são definitivos. Tanto os ruins quanto os bons.

É por isso que cada dia é uma luta: é sobre o quanto posso ir e mudar para ser alguém com quem eu possa percorrer a vida sem medo, sem várias camadas de proteção contra o amor e outras sintonias. O meu coração aprendeu que vulnerabilidade não significa fraqueza. Quer dizer apenas que eu tenho essa inclinação para permitir entrelaces. E é saudável que eu tenha esse comportamento. É um dos meus poucos traços que aceitei com orgulho que não preciso mudar. Ele está bem do jeito que está.

Talvez nada de quem eu sou agora se pareça com o ideal. Mas isso não me entristece, não me pesa. Eu consigo fechar os olhos hoje e ter a leveza para abri-los amanhã sem qualquer tipo de culpa engasgada. Não encontrei uma fórmula mágica para lidar com questões tão emocionais, não foi isso. A diferença, a sutil diferença, é que passei a cuidar mais da minha paz de espírito. Aprendi que não preciso ser perfeito. Aprendi que não preciso ser tudo o que querem. Aprendi que posso ser eu e mesmo assim ser um pouco mais além desde que nada interfira ou absorva o meu constante encanto (mesmo quando a vontade for abalada, quando a preguiça gritar ou quando recomeçar soar difícil) de encarar o mundo no dia seguinte. A minha alma é agridoce e cabe num livro. A coragem vai em todas as páginas como nota de rodapé.



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"Cidadão do mundo com raízes no Rio de Janeiro"

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