As músicas tristes afastam a minha tristeza

Sei que o título desse texto parece loucura, mas estou o escrevendo exatamente para explicar o quanto ele faz sentido, pelo menos para mim e espero que para alguns dos leitores!

Tinha vontade de escrever sobre isso desde quando comecei a escrever na internet, em 2012. Mas ficava pensando em como escrever de um jeito que não parecesse tanta maluquice! hehe

O pensamento que sempre ficou na minha cabeça era esse: “Um dia ainda escreverei sobre isso, mas apenas quando eu vir que não estou sozinho. Que pelo menos mais alguma pessoa pensa do mesmo jeito…”.

Até que graças a Deus esse dia chegou! Não estou sozinho! Maravilha! O que finalmente me inspirou a escrever esse texto foi um vídeo incrível que assisti da Cris Guerra e da Leila Ferreira no programa Sempre um papo. Faço questão de compartilhá-lo com você. Segue o link abaixo.

Nessa entrevista a Cris Guerra falou que para afastar a tristeza, nada melhor do que uma boa playlist de músicas tristes, porque para a tristeza de fato passar, precisamos mergulhar nela, senti-la de verdade, sem fugas. Dessa forma ela vai embora mais rapidamente.

Eu sempre pensei assim, desde criança. Lembro que bem pequeno ouvia as músicas mais tristes da Legião Urbana e isso me fazia tão bem. Porém, na época eu não fazia a menor ideia do porquê me faziam bem!

Hoje eu sei que é por causa desse motivo que a Cris Guerra contou nessa entrevista.

Aqui quero ampliar essa reflexão! Infelizmente, nós vivemos numa sociedade que prega a felicidade a todo custo e coloca a tristeza como um mal que deve ser banido, extirpado da nossa vida, como se fosse uma doença. Inclusive a indústria farmacêutica criminosa vem receitando antidepressivos para pessoas que estão, por exemplo, sofrendo porque a mãe ou o pai faleceram de falência múltipla dos órgãos após passarem 2 anos acamados.

Poxa vida! Isso não é depressão (claro que em alguns casos pode ser sim, não sou ingênuo a esse ponto). Na esmagadora maioria das vezes é apenas a dor de um luto pela perda de alguém muito especial e que conviveu por décadas a fio.

O que estou querendo dizer é que existe uma verdadeira FUGA da tristeza. Os grandes psicoterapeutas já provaram por A + B que se você fugir de um problema ele vira uma bola de neve que vai descendo ladeira abaixo e se transforma numa verdadeira avalanche, destruindo e causando estragos avassaladores.

O mestre Carl Jung sempre dizia nos seus livros e conferências: “Tudo que você resiste, persiste”. Portanto, o meu recado é simples, porém, de grande profundidade. Quando estiver triste, viva esse sentimento de tristeza na sua totalidade.

Quando estiver passando por um período de luto, viva-o intensamente. Não fique com pressa de que ele acabe logo e essa tristeza vá embora de uma vez por todas, porque não dá! Nós não somos robôs, a nossa psique não funciona dessa maneira.

A psique funciona através de processos e ciclos entende? Tudo tem seu tempo para acontecer e para ser processado. Para cada pessoa é de um jeito e leva um tempo diferente.

Eu, por exemplo, quando escuto músicas tristes, vivo ainda mais intensamente a tristeza do momento, de forma que quando menos espero, ela já foi embora, e estou com uma energia completamente renovada.

Não estou dizendo de maneira alguma que isso funciona para todo mundo. Aliás, pra falar a verdade, eu penso que talvez isso funcione para uma minoria, mas esse foi um dos principais motivos de eu ter escrito esse texto. Sei que ele vai alcançar as pessoas certas. Aquelas pessoas que lerão e dirão assim: “Uau! Parece que o Isaias estava lendo os meus pensamentos quando escreveu esse texto…”.



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Bacharel em Física. Mestre em Engenharia Mecânica e Psicanalista clínico. Trabalha como professor de Física e Matemática, mas não deixa de alimentar o seu lado das Humanas estudando a mente humana e seus mistérios, ouvindo seus pacientes e compartilhando conhecimentos em seu blog "Para além do agora", no qual escreve desde 2012.

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