O hábito destrutivo de avaliar tudo o que fazemos (pare agora mesmo)

Você está passando pelo seu dia, e é como se fosse um crítico de jornal, constantemente procurando coisas para elogiar e criticar.

Fez exercícios? Trabalho incrível, Leo! Passou muito tempo no Youtube? Leo malvado! O corpo parece flácido quando você passa pelo espelho? Seu preguiçoso.

Tudo o que fazemos se torna algo para julgar: somos dignos de louvor? Ou crítica?

Temos o hábito mental de avaliar constantemente tudo o que fazemos, para ver se somos dignos ou não. (Aliás, fazemos isso com outras pessoas também, e com situações da vida em geral – tudo é avaliado como “bom” ou “ruim”).

Este hábito mental de avaliar tudo – enquanto completamente normal e natural – é, na realidade, muito destrutivo.

Por quê?

Porque toda vez que você se avalia, está ferindo sua felicidade.

Veja o que acontece

Você está passando o dia, fazendo coisas.

Sua mente está constantemente avaliando: o que fiz foi bom ou não? Eu sou digno de louvor ou não?

Se você faz algo digno de louvor, você fica feliz!

Bem, na verdade, você raramente tira tempo para ficar feliz com isso. É mais provável que você pense em todas as outras coisas que ainda não fez e não pense muito sobre o que fez.

Ou talvez você pense que o que fez está razoável, mas acha que deveria ser melhor. Ou você deveria fazer mais. Ou você está preocupado em perder o que ganhou, estragando da próxima vez.

E você não tem certeza de si mesmo, mesmo que tenha feito algo bom.

Se você fez algo digno de culpa… bem, isso não o deixa muito feliz consigo mesmo. E esta é a maior parte do tempo.

Então, esse hábito mental não é útil. Está constantemente nos fazendo sentir mal sobre nós mesmos, insuficientes, frustrados, como se estivéssemos fazendo as coisas erradas.

Por que fazemos isso? Porque queremos ser dignos de louvor.

Não temos certeza sobre nossa dignidade, então estamos constantemente fazendo esta pergunta. E constantemente ficando aquém, porque estamos nos comparando com:

1.Cada pessoa que fez coisas incríveis;
2.Nosso ideal sobre como deveríamos estar fazendo (spoiler: perfeitamente, com todas as coisas possíveis);
3.O que pensamos que impressionaria os outros. Não podemos nos comparar bem com esses tipos de ideais.

Um hábito mental diferente

Se o hábito de avaliação não ajudar, o que podemos fazer? E como nós mudamos? É mesmo possível?

Eu tenho que admitir, hábitos mentais não são fáceis de mudar. Temos que estar conscientes do que está acontecendo e constantemente vigilantes.

Nós estaremos aquém de estar constantemente atentos e vigilantes… logo nos avaliaremos mal. Esse momento, é claro, é uma bela oportunidade de praticar deixar a avaliação para trás!

O hábito que recomendo é encontrar gratidão e contentamento neste momento. Sim, isso é piegas, brega e assim por diante, mas definitivamente dá certo.

Veja como isso funciona:

Você faz alguma coisa durante o dia.

Você se nota julgando a si mesmo: “Eu tenho sido preguiçoso hoje! Ugh.”

Você diz: “Ah, estou fazendo de novo. Não perca mais um segundo com esse hábito.”

Em vez disso, você faz uma pausa e encontra uma maneira de ser grato por algo neste momento, sobre você ou sobre sua vida.

Você encontra uma maneira de se contentar com o que tem, com quem você é e o que está acontecendo agora. Você experimenta as sensações desse momento, enquanto elas estão acontecendo.

E repita.

Não importa se você foi mal fazendo o que estava fazendo, ou se foi preguiçoso, procrastinou ou se esqueceu de fazer alguma coisa.

Também não importa se você fez algo de bom – sua gratidão e contentamento não dependem de como você se sai em nada. Você pode fazer algo bem e ser grato e contente, ou você pode fazer algo mal e ser grato e contente.

Alguns exemplos:

Acabei de terminar de escrever um post sobre hábitos Zen: eu sou incrível! Na verdade, não vou perder meu tempo com o velho hábito de avaliação e, em vez disso, vou notar o que está acontecendo neste momento.

É um bom dia lá fora. Meu corpo está se sentindo cansado. Eu tenho um belo teto sobre a minha cabeça, e eu acabei de comer uma refeição deliciosa.

Sou grato por essas coisas e por meus filhos, minha esposa, minha família, meus amigos, meus leitores, a vida em geral! Isso tudo é verdade, quer eu tenha escrito ou não o post.

Eu só perdi tempo lendo meus sites favoritos em vez de fazer o meu trabalho: eu sou um lixo! Mais uma vez, não vou desperdiçar nem um segundo com esse hábito.

Mais uma vez, faço uma pausa e percebo o que está acontecendo agora: o ar está parado, há um zumbido vindo da geladeira, há esquilos lá fora, estou inquieto e sou grata por todas as coisas que listei anteriormente e mais (música, por exemplo, é incrível!).

Você pode fazer isso a qualquer momento.

Não importa o que esteja acontecendo: seu pai está morrendo no hospital, você está atrasado para uma reunião, você acabou de perder seu trem, você ganhou mais um assinante no seu canal do Youtube, você acabou de tomar um sorvete delicioso.

Abandone o hábito de avaliação e pratique o hábito de gratidão e contentamento.

Pratique mantendo algo visível ao seu redor (um pequeno desenho que você fez, um presente de sua filha, uma flor que encontrou na calçada do lado de fora, uma pedra do rio em sua última caminhada) para lembrá-lo de seu novo hábito mental.

Pratique quando você fizer uma meditação de 2 minutos pela manhã.

Pratique sempre que você perceber que está se sentindo desmotivado, frustrado consigo mesmo, deprimido, sobrecarregado.

O hábito de gratidão e contentamento nunca falhará, como um bom amigo.

Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Zen Habits, escrito por Leo Babauta.



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Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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