Quem é desapegado é frio?

Neste momento em que escrevo esse texto estou lendo um livro muito rico de ensinamentos chamado “No coração da vida”, da querida monja budista Jetsunma Tenzin Palmo, um livro que recomendo fortemente que adquira para ler do começo ao fim.

Num determinado trecho ela falava sobre o DESAPEGO trazendo uma reflexão que muita gente se faz e que mostra o quanto verdadeiramente não sabem o que é o desapego, uma das maiores virtudes que os seres humanos podem desenvolver.

Você acha que ser desapegado é ser frio? Pode ter certeza que sua visão não será mais a mesma depois de ler as suas palavras. Confira…

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“As pessoas pensam que se alguém é desapegado, é frio. Mas isso não é verdade. Qualquer um que encontre grandes mestres espirituais, realmente desapegados, ficará impressionado com o afeto deles por todos os seres, não só aqueles dos quais gostam ou com quem se relacionam. O desapego libera algo muito profundo dentro de nós, porque libera aquele nível de medo. Todos nós temos muito medo: medo de perder, medo da mudança, uma incapacidade de simplesmente aceitar.”

Jetsunma Tenzin Palmo

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Não é lindo? Ela está nos dizendo em outras palavras, que somente depois que nos livramos dos nossos medos mais arraigados e profundos é que podemos de fato ser desapegados.

Quanto mais desapegados nós somos maior a nossa capacidade de amar a todos com PLENITUDE, com ENTREGA, sem nenhum tipo de exigência, de cobrança nem expectativas.

Ao longo desse livro ela também fala muito sobre o amor apegado e amor desapegado. Se tenho o amor desapegado, eu deixo a pessoa seguir sua vida a qualquer momento. Se ela de repente não me quiser mais na sua vida, simplesmente digo: “Seja feliz! Se minha presença não lhe agrada mais, tudo que quero é a sua felicidade, vá em paz…”.

Quantos de nós consegue reagir dessa maneira quando alguém decide ir embora das nossas vidas? A minoria! O nome disso é DESAPEGO, e somente com muito amor no coração é que podemos deixar as pessoas irem sem ressentimentos e mágoas.

Aproveito essa parte do texto para compartilhar um áudio bem bonito que gravei inspirado em uma das minhas músicas favoritas do grande cantor e compositor Vander Lee, chamada “Siga em paz”, uma música que infelizmente, é conhecida por bem pouca gente. Uma das frases dela diz assim: “E vem você dizer, que o meu amor não te apetece mais, o que posso fazer além de desejar que você siga em paz…”. É disso que estou falando! Isso se chama DESAPEGO no mais profundo da palavra! Grande Vander Lee, um mestre que nos deixou em agosto de 2016. Segue o link abaixo…

O medo que carregamos no nosso coração é muito profundo, e por causa desse medo nos agarramos às pessoas que amamos e de forma totalmente ilusório confundimos isso com amor.

Gosto muito da alegoria feita por um grande amigo que faz palestras sobre o budismo chamado João Vale Neto. Ele sempre diz que quando amamos uma pessoa, no momento que esse amor é despertado, já surge na nossa pele um GANCHO e corremos para “enganchá-lo” na outra pessoa.

Ele brinca nas suas palestras que tem pessoas com tantos ganchos que por onde vão se engancham em um montão de gente! hehehe

Não precisa ser assim! E você? Quantos ganchos você tem grudados na sua pele? Você está enganchado em quantas pessoas? Talvez esteja na hora de desenganchar, ou utilizar o lema do site OLX: “Desapega!”

O resumo do que venho lhe dizer é isso. Se aprofunde cada vez mais no autoconhecimento, porque ele nos leva a desenvolver mais o amor próprio. Aprendendo a amar mais a si mesmo, consequentemente o amor às outras pessoas irá crescer na mesma proporção. Quanto mais amor eu nutrir pelos outros, menos medo terei no meu coração. E quando chegar a esse patamar de não ter mais medo da vida, entrarei no coração da vida, que é o título desse maravilhoso livro da monja Jetsunma Tenzin Palmo.

Como diria o mestre Jesus: “O amor afasta todo o medo…”.

Então eu complemento: também afasta o apego que nos engancha às pessoas que amamos…

Imagem de capa:



LIVRO NOVO



Bacharel em Física. Mestre em Engenharia Mecânica e Psicanalista clínico. Trabalha como professor de Física e Matemática, mas não deixa de alimentar o seu lado das Humanas estudando a mente humana e seus mistérios, ouvindo seus pacientes e compartilhando conhecimentos em seu blog "Para além do agora", no qual escreve desde 2012.

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