Deixe suas verdades saírem para brincar lá fora. Dê a elas a permissão necessária para saltitar em poças, lambuzar de brigadeiro, tomar sorvete de canudinho, voar que nem passarinho… e só então… voltar ao poleiro.
Lave suas tristezas com água e sabão perfumado. Deixe-as secar ao sol, pendure-as no varal, deixe a dor evaporar, evoluir, transmutar em lição o que te esmagava o coração.
Mergulhe em águas rasas, para que seu corpo não perca o chão. Deixe-se boiar em águas profundas, para que se sua alma se enamore da imensidão.
Chore suas alegrias, verta lágrimas de risos frouxos, arrepie-se com a luz do dia, relaxe na escuridão das noites lindas. A vida vale a pena ainda, se você aprender a olhar além da opressão.
Perdoa aqueles que não puderam merecer suas entregas, seus olhos vendados, sua alma desarmada. Há gente que leva tempo a mais para aprender que confiança é terra sagrada, que segredos são verdades veladas, que ferir o outro é ter uma arma apontada para o próprio coração.
Deixa. Deixa o outro dançar em seu compasso. Deixa a mágoa dissolver no seu abraço. Deixa o tempo cumprir seu tempo, lavar o pó, desamarrar o nó. Deixa a luz entrar, cegar o medo. Ainda é cedo. Deixa ir o que já não te traz conforto e alegria, deixa a maldição se converter em magia. Olha pra fora! É hoje o SEU dia!
E uma vez liberta do peso… sua alma há de querer dançar. Há de aprender a voar. Ignorar a queda. Engolir o mar com o coração. Fazer o céu caber na palma da mão. Olhar com amor, cada paixão. Olhar com paixão, cada amor vivido. Sentir é dom acolhido, por quem tem coragem de desafiar a mania de se apegar à solidão.
Põe seu melhor vestido. No cabelo, enrola uma flor. Pinta as unhas de vermelho vivo. Põe nos lábios um carmim encarnado. Perfuma o pescoço com gotas de jasmim. A vida é um baile de máscaras. Tira ela pra dançar! Leva ela envolta em seus braços. Mostra pra ela que melhor do que guardar afeto, é espalhar generosidade. Porque não há riqueza nesse mundo que valha a nossa felicidade!
Imagem de capa: Csaba Peterdi, Shutterstock