Isabela Nicastro

Você nunca disse que me amava

Por Isabela Nicastro – Sem Travas na Língua

Pois é, eu nunca ouvi um “eu te amo” da sua boca. E, mais importante do que isso, você nunca deixou explícito, nas suas atitudes, que, de fato, era amor. Você dizia que gostava, mas gostar, meu caro, a gente gosta de chocolate. E agora, vem você me dizer que era amor. Depois de tanto tempo, de tantas mudanças. Na época, você não impediu que a sua covardia tomasse conta e, além disso, não foi capaz de impedir o mais importante: a nossa separação.

Eu parti. E, ao contrário do que você pensa, não foi pelo fato de ter mudado de cidade. Mesmo distante fisicamente, meu coração estava bem pertinho do seu. Eu esperava ouvir o seu “te amo”. Mais do que isso, esperava que você realmente mostrasse que me amava. Mesmo confuso e perdido, me desse algum sinal de que o seu amor resistiria. Mas, infelizmente, ele sucumbiu não é mesmo?

Diante da fraqueza, não há amor que resista E, sinto lhe dizer, mas você foi fraco. Fraco e medroso diante de um sentimento tão nobre. Além disso, um sentimento que exige coragem. É preciso coragem para dizer que ama. Não só para dizer, mas para mostrar. São nas pequenas atitudes corajosas em que o amor se encontra. Eu não te pedia muito, mas você conseguiu me dar menos ainda do que eu precisava.

Entre todas as coisas que eu desejava, eu queria, sobretudo, ter identificado o seu amor. A sua determinação para fazer dar certo, a sua esperança. No entanto, ao primeiro obstáculo, você desistiu. Preferiu que eu saísse magoada ao invés de se abrir comigo. E aí, entre ficar com pouco ou esperar por um inteiro, eu decidi esperar. Decidi abandonar o seu incerto, afinal, eu estava muito certa do que o meu coração necessitava.

Assim como diz o ditado “quando dois não querem, um não briga”, quando dois também não estão dispostos, não dá liga. Reconheço que você até poderia me amar, como me disse há alguns dias, mas o seu amor perdeu para o medo. O medo e a insegurança que deveriam estar ali para dar ainda mais emoção à nossa história, vieram para apagá-la.

Enquanto você não teve forças para dizer que me amava, eu não tive forças para continuar amando sozinha. Sinto muito.

Fonte indicada: Sem Travas na Língua

Imagem de capa: Bogdan Sonjachnyj, Shutterstock

Isabela Nicastro

Capricorniana, 23 anos, jornalista. Apaixonada por mar, cães e cafés da tarde em família. Não dispenso bacon e muito menos uma boa história. Meu coração é intenso e grita mais do que a razão. Tenho o sentimento como guia e a escrita como ferramenta.

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