A ansiedade é uma criança assustada que acredita em grandes monstros

A ansiedade é uma criança assustada que acredita em grandes monstros. Que olha o armário e não enxerga nele roupas, mas a possibilidade de que algo saia de lá e a engula.

O calor do mundo a assusta. Ela acha que o sol pode queimá-la dolorosamente, em um caminho letal e sem volta. Ninguém contou a ela que o mesmo sol que queima é aquele que também dá a vida.

A ansiedade é uma criança que vive em nós, a chorar o vazio de perguntas sem respostas. A ansiedade é uma criança sozinha, desprendida da mãe, que desconhece o próprio pai. É uma criança interior que se vestiu de susto. É uma criança órfã e há no mundo tantas crianças órfãs a habitarem adultos, tantas quanto podemos imaginar. Crianças sedentas por provarem o mundo, mas encharcadas pelo suor de um pavor desconcertante.

A ansiedade é uma criança que estende suas frágeis mãos em busca de uma razão que alimente o melhor nela. Ela quer uma palavra que lhe dê forças para enxergar o que vem depois do medo. Ela é uma criança que precisa saber o que acontece depois que o lobo foge, depois que a bruxa aparece, depois que as estrelas caem.

A ansiedade é uma criança interior que pede trêmula que a abracemos. Pede por nosso carinho e aceitação. Pede que vivamos a vida para lhe darmos as respostas que só a experiência pode dar.

A ansiedade quer ter certezas para deixar de ser criança. Ela quer crescer, quer experimentar, mas precisa do adulto para ensiná-la a felicidade no acerto e a superação no erro.

A ansiedade não sabe, mas quer saber. A ansiedade quer se transformar em algo que não seja susto e desespero. Ela quer ser segurança, quer ser calma e paz. Essa criança interior quer desesperadamente viver o mundo.

Ela depende unicamente de você para conhecer o erro, o acerto e a superação. Para saber sobre finais e recomeços. Para entender que não é o fim.

Não é o fim.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Atribuição da imagem: pexels.com – CC0 Public Domain.



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Vanelli Doratioto é especialista em Neurociências e Comportamento. Escritora paulista, amante de museus, livros e pinturas que se deixa encantar facilmente pelo que há de mais genuíno nas pessoas. Ela acredita que palavras são mágicas, que através delas pode trazer pessoas, conceitos e lugares para bem pertinho do coração.

1 COMENTÁRIO

  1. Sempre fiz essa analogia para tentar explicar como seria a ansiedade pois ainda há pessoas que confundem ansiedade com afobação ou algo assim.
    A ansiedade é aquela criança que sonha em ter 18 anos pra fazer o que quiser. Mas não sabe nem como agir nos próximos 10 minutos.
    Espera ansiosamente o Natal, sem saber que ainda terá de passar pelo Carnaval, Páscoa, Dia das crianças…
    É uma criança que quer ter coragem pra ontem, mas vai eixar pra amanhã pois hoje está muito assustada pra isso.

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