Por Isabela Nicastro – Sem Travas na Língua

Sabe quando você está procurando algo que perdeu e não acha nem por um decreto? Você procura nos lugares possíveis, até mesmo nos impossíveis e nada de achar o que precisa. Aí, você desiste de procurar, compra de novo aquilo que perdeu e, de repente, dias depois, quando menos espera, a tal coisa aparece. Como se explica?

Acredito que, quando descuidamos, o destino dá um jeito de cuidar. Isso se aplica às coisas e às pessoas também. Quando deixamos de ficar em cima, de controlar e de se preocupar, as pessoas se mostram de fato quem são. O destino se encarrega de nos mostrar o que precisamos enxergar, seja algo bom ou ruim.

Muitas vezes, quando há um descuido, a consequência é sempre uma surpresa. Assim como abandonamos o objeto perdido e ele reaparece, nos trazendo alívio, quando deixamos com que as coisas fluam naturalmente, sem nossa intervenção, insistência ou controle, o destino nos surpreende. Nem sempre é uma surpresa boa, mas, até mesmo nas piores decepções, temos algo a aprender.

É dessa forma que o destino “cuida”. Cuida nos trazendo belas surpresas ou dolorosas notícias. Ele se encarrega de antecipar o que nós, por cuidado excessivo ou por medo, não poderíamos ver. Portanto, qualquer resultado que nos for mostrado, deve ser acompanhado de gratidão. Gratidão por termos encontrado o que tanto procurávamos, por ter nos livrado da cegueira, por ter nos indicado um fim, mas também um recomeço.

Por isso, apesar de sermos protagonistas e de construirmos o nosso próprio destino, algumas coisas não dependem de nós. Pelo contrário, elas só funcionam como devem funcionar, se não colocarmos sobre elas as nossas expectativas, se não guiarmos a decisão do outro pelo nosso controle. Então, por vezes, é melhor deixar que o destino se encarregue de nos indicar a direção. Aí o que faremos com ela, é uma decisão exclusivamente nossa.

Imagem de capa: nullplus, Shutterstock

Fonte indicada: Sem Travas na Língua

Isabela Nicastro

Capricorniana, 23 anos, jornalista. Apaixonada por mar, cães e cafés da tarde em família. Não dispenso bacon e muito menos uma boa história. Meu coração é intenso e grita mais do que a razão. Tenho o sentimento como guia e a escrita como ferramenta.

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