Para viver um amor bonito

É num piscar de olhos que a vida acontece, que o cenário muda, que as coisas viram de cabeça para baixo. Também é nesse tempo, entre um segundo e outro, que você acerta o match. E depois de alguns desenganos, e muitos desvios por aí, chega outra chance de se reconhecer na promessa de uma nova história.

Alguns encontros raros acontecem no minuto de um instante. E quando você se dá por conta, pá! Você apressa o tempo para que possa saber do que ela gosta, do que ela tem medo, da sua comida preferida ou do cheiro que ela tem. E como se não bastasse tudo isso, você precisa acertar os ponteiros do pensamento e fazer com que ela não seja a única coisa que vem na sua cabeça.

Mas de que jeito? Ela é a única coisa que vem na sua cabeça. E você se pega sorrindo sem jeito no meio da rua, aumenta o som do carro e pensa como seria se ela estivesse do seu lado agora, nesse minuto, já. E você sorri de novo, de novo e de novo.

Os encantamentos instantâneos podem ser uma coincidência do percurso, um engano do caminho, mas também podem ser um convite para amar. E se o medo tiver que escolher entre a coincidência, o engano e o amor, ele vai direto no segundo só para ter a chance de sair correndo sem tentar.

Afinal, pode doer, pode não dar certo, pode acabar com um empurrão precipício abaixo. A gente sabe que pode, né? Ao mesmo tempo, e meu otimismo sempre escolhe essa versão, pode ser que o “sim” seja aquela passagem mágica para a melhor viagem da sua vida.

E entre o sair correndo e o sim, o engano e a certeza, a vontade e o descaso, existe uma ponte chamada coragem. Só ama quem atravessa sem temer o que há embaixo dela. Não há escolha certa, fazer isso seria o mesmo que dizer que optar pelo amarelo é melhor do que o gosto pelo branco. Quem vai saber? Talvez o branco caia melhor em você.

No amor também não há certo e errado, há o “não” e o “sim”. O primeiro talvez seja a escolha da maioria, pois é mais fácil evitar a fadiga do que remediar a ferida, não é? O não vai te devolver pra casa, pras tuas cobertas sempre da mesma cor, pro teu banheiro tom de pastel e pra tudo que você sempre gostou de fazer sozinho.

Tudo bem se essa for a sua escolha.

Porém, o sim vai te dar a oportunidade de arriscar o melhor beijo, a melhor gargalhada, o mais lindo encontro da tua vida. O sim vai abrir os braços para um alguém que está chegando para somar, para compartilhar, para um prato a mais no café da manhã.

A paixão é o que nos movimenta e só é possível dar asas a ela se você disser sim à intuição. Só vai acontecer se você tirar o disco solo e colocar a banda inteira pra tocar no seu peito. Não é tum que o coração faz, não é só um. São dois, é tum tum que a gente ouve lá dentro.

Para viver um amor bonito, mas só um amor bonito, você vai ter que dizer sim para quem bate na porta. Além de abrir, você vai dividir o seu mundo e entrar no mundo do outro. A sua melhor parte junto da melhor parte do seu bem será a harmonia da sua mais nova canção preferida.

Que você diga sim quando a vida lhe convidar para dançar.

Imagem de capa: amixstudio, Shutterstock



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Não nasci poeta, nasci amor e, por ser assim, virei poeta. Gosto quando alguém se apropria do meu texto como se fosse seu. É como se um pedaço que é meu por direito coubesse perfeitamente no outro. Divido e compartilho sem economia. Eu só quero saber o que realmente importa: toquei alguém? É isso que eu vim fazer no mundo.

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