Quando os sonhos morrem…

Imagem de capa: pathdoc, Shutterstock

Algumas vezes os sonhos morrem. É doloroso aceitar isso, mas por vezes nos deparamos com a morte dos nossos sonhos. Os sonhos são a força motriz do ser humano, o que o leva a persistir, caminhar e seguir.

Quando criança eu sonhava em carregar todas as conchas do mar dentro da minha bolsa; aos poucos fui compreendendo que eu não poderia. Carrego algumas, que juntei, ao longo da vida, mas longe de ser todas aquelas que eu queria: eu entendi que as conchas eram para todos e não apenas para mim.

E, então, eu aprendi a ter novos sonhos.

Muitas vezes nossos sonhos vão morrer, porque fomos incapazes de lutar por eles; porque eram inatingíveis ou, apenas, porque não tinham razão de ser. A despedida de um sonho é dolorosa, ela faz o caminho do luto. É preciso deixar que sonhos morram, para que outros tenham lugar.

É importante lembrar que ainda que um sonho morra, outro precisa existir: os sonhos nos fazem viver. Mais importante ainda é aprender a sonhar. Tem gente que se desgosta e acha que é melhor viver sem sonhar. Eu digo que não. Sonhem! Sonhem com todas as forças do coração.

Sonho não é coisa de gente boba, é coisa de quem sabe viver. Quem sabe que precisa se apegar a algo pra continuar enfrentando as agruras da vida. Seus sonhos vão morrer algumas vezes, mas quem foi que disse que nossos sonhos são em número contado?

Quando os sonhos morrem, algo quebra dentro de nós e fica uma despedida no vazio. Um olhar perdido pela noite, esperando um depois. Esse depois somos nós quem fazemos. Sempre existe um depois do depois. A vida é finita em seus anos para cada um de nós, neste ponto estamos limitados, mas a vida é ilimitada em possibilidades. Há tanto para se fazer nessa vida… Tanto para sonhar… Tanto para ser visto e vivido, que faz dó deixar de sonhar.

Morre o sonho, mas você permanece vivo. Vivo e pronto para sonhar mais uma vez. Se seu sonho morreu, recomece a sonhar. Busque o que é novo, afinal, você está vivo. Talvez aquele sonho que morreu, nem fosse exatamente o que você queria. Sonhar é dar espaço para a vida nascer novamente em nossos corações. Sonhar é perceber-se como parte de um organismo vivo: o mundo. Seja vivo! Sonhe! Mesmo quando tudo disser que não, sonhe uma vez mais e outra mais. Seja um sonhador.



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Rândyna da Cunha nasceu em Brasília, Distrito Federal, em 1983. Graduada em Letras e Direito, trabalha como empregada pública e professora. Tem contos publicados em diversas revistas literárias brasileiras, como Philos, Avessa e Subversa. Foi selecionada no IX Concurso Literário de Presidente Prudente. Participou da antologia Folclore Nacional: Contos Regionalistas da Editora Illuminare e das coletâneas literárias Vendetta e Tratado Oculto do Horror, da Andross Editora- http://lattes.cnpq.br/7664662820933367

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