Imagem de capa: dachazworks, Shutterstock
É muito fácil chegar e descontar na vida e nos outros tudo o que você poderia ter sido. Não passam de desculpas desconcertantes para um problema crônico, a falta de olhar para si e agradecer pelo tanto que você amou e ainda pode amar.
A gente sabe que a vida não é esse mar de rosas. Que, independente dos nossos esforços, não há uma garantia vitalícia de reciprocidade, felicidade e objetivos a serem conquistados. Faz parte perder. Faz parte não conseguir. Faz parte se decepcionar. Perceber essas coisas não é um recibo de desistência ou uma prática de pessimismo, mas é transparecer maturidade para aceitar, nada e nem ninguém está sob o nosso controle. Viver são intervalos de liberdade.
Não é todo dia que o amor está para amar. Mas você ama. Você tenta. Você interfere e usa das mais variadas artimanhas para fazer do seu bem, o seu bem. É aí que está, não é seu. Todos os contatos que temos, em todos os níveis de relacionamentos e passagens da nossa jornada são permitidas. Você não aparece e fica. É necessário um convite, uma recomendação, um interesse. Logo, não é enchendo a alma de reclamações que conseguirá uma prioridade especial da vida.
Seja leve. Encosta o sorriso no coração e deixe-os a sós. Eles se entendem, se encontram. Nenhuma rota de fuga justifica esse descontentamento. Às vezes, expectativas são só expectativas. Sensações sem endereço fixo, mas que se deixarmos, ficamos procurando a vida inteira. Enquanto isso, o tempo vai passando. O amor vai passando.
Vai lá, vive. Acorde vestindo inteiros. Faça a sua parte. Se o mundo não colabora, azar o dele. Mas tenha gratidão, contemple e priorize suas belezas e fôlegos. Não conquistei tudo o que queria, mas amei tanto quanto podia. Por quê? Porque soprei para o presente. E o presente é mais um daqueles sinais que você finge não existir. Ou, a onipresente força da escolha.
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