As palavras que utilizamos refletem o nosso interior

Imagem de capa: Mladen Mitrinovic, Shutterstock

Você já se perguntou o quanto as palavras são importantes? Elas estão aí para explicar o significado dos objetos ou situações, de forma que aquele que as ouve participa de uma informação compartilhada. Com palavras nos comunicamos, expressamos e entendemos o outro. Expressar o que sentimos com muita precisão é, entre outras vicissitudes, o que nos torna verdadeiramente humanos.

Dessa forma, a linguagem tem uma grande influência sobre o resultado dos nossos projetos ou o progresso das nossas relações. Da mesma forma, observar como uma pessoa fala nos traz muita informação sobre seus pensamentos, atitudes e crenças.

De acordo com o psicólogo James W. Pennebaker, pesquisador da Universidade do Texas (EUA), o uso das palavras através da linguagem oral e escrita diz mais sobre nós e nosso estado psicológico do que o seu conteúdo.

Pennebaker passou 20 anos analisando discursos falados e escritos. A sua conclusão é que as palavras funcionais, como os pronomes, podem dizer muito mais do que os nossos humores, de como pensamos e do que somos, do que qualquer verbo ou substantivo.

Para este pesquisador, a chave está nos pronomes, preposições e artigos, que embora aparentemente não tenham uma carga semântica, somam metade das palavras que usamos todos os dias e são muito reveladores do nosso foco de atenção.

“É possível conseguir algo depois de três horas de briga, mas com certeza conseguiríamos a mesma coisa com apenas três palavras impregnadas de afeto.”
– Confúcio –

O que os pronomes dizem sobre nós

Artigos, preposições, pronomes: palavras importantes que nos ajudam a ligar e expressar as nossas ideias. No entanto, a forma ou a frequência com que as usamos diz muito sobre nós.

As pessoas mentirosas quase nunca usam o pronome “eu”, uma característica que serve para detectar mentiras com uma precisão de 67%. Pelo contrário, as pessoas deprimidas ou propensas à melancolia abusam do pronome “eu”. As estatísticas mostram que as pessoas que cometeram suicídio, antes de se matar usaram em seus escritos as palavras “eu”, “meu”, “para mim” e “me” em uma quantidade que duplica a média utilizada pelas pessoas, e raramente ou nunca o pronome “nós”.

Em outro estudo, Pennebaker demostrou que os casais que usam as palavras “eu” e “nós” resolvem os problemas com mais tranquilidade do que aqueles que usam mais a palavra “você”.

As palavras podem ser como os raios x, se as usarmos adequadamente, penetram em tudo. A pessoa lê e é transpassada. Esta é uma das coisas que tento ensinar para os meus alunos: a escrever de forma penetrante.
– Aldous Huxley –

As palavras nos definem

As palavras nos definem e ajudam a nos comunicarmos com os outros. Com elas sempre expressamos algo: mostramos raiva, alegria, tristeza e a forma como nos sentimos. Comunicar corretamente envolve alguns aspectos como se fazer entender, compreender os outros e entender melhor o que acontece ao nosso redor.

Geralmente, as pessoas que tentam enganar não utilizam pronomes ou palavras para descrever emoções. Elas preferem usar substantivos e verbos especialmente de forma indireta e condicional, por exemplo, “iria” ou “poderia”.

As mulheres são menos específicas do que os homens. Usamos menos palavras relacionadas à orientação e espaços e mais palavras orientadas para a reflexão como “eu acho”, “eu acredito” ou “eu penso”. Em contraste, os homens usam mais artigos, principalmente para classificar o seu mundo, contando, nomeando e organizando os objetos.

Não podemos esquecer quando formos interpretar que, embora as palavras nos definam, a palavra é metade de quem pronuncia e metade de quem escuta.

“Aqueles que possuem o espírito de discernimento sabem quanta diferença pode existir entre duas palavras semelhantes, tudo depende dos lugares e das circunstâncias que as acompanham”.
– Blaise Pascal –

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa



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Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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