Não deixa a gente pra depois.

Imagem de capa: Jacob Lund, Shutterstock

O que eu sei é que a gente não deve deixar nada pra depois. A vida é esse trem bala e amanhã é longe demais pra plantar nosso aconchego. Depois o café esfria, a cama esfria, esfria o querer. Depois a gente se cansa de se desperdiçar tanto em beijos alheios pra sustentar nossa insolência de tentar demonstrar que está tudo bem. Não está. Estamos vazios, milhões de vasos sem nenhuma flor.

Não deixa a gente pra depois. Só de me olhar nos olhos você me desvenda e sabe que meu peito descompassa quando você dança e sorri, o mundo para nesse colo e nesse abraço. Eu queria silenciar o som e te dizer baixinho, __Não gaste seu batom pra se perder de sí mesma e depois descobrir que você não pertence a esse mundo de entregas rasas, que você nasceu pro amor florescer. Dá a mão, deixa que, não parece mas eu sei a direção.

Eu tenho uma fé sofrida, que em uma dessas de me embriagar e tentar encontrar algum sentido nestes beijos com gosto de álcool e cigarro, eu encontre alguém pra me fazer tomar outro rumo que acabe me deixando longe de ti. É, talvez eu nem acredite. É prepotência eu sei, me julgar o melhor pra você, logo eu que me perco as vezes, me desencontro, mas aceitei que a construção daquilo que sonho não é bem como eu imagino. Coloquei os pés no chão, não que eu não queira voar, é que agora sei que pra ter alguém do lado é preciso mais do que voos longos, é preciso ter pra onde voltar.

Sei que teu peito ainda tá bagunçado, sei que teu corpo se entrega à momentos, mas acredita em mim, não deixe a alma cansar dessa soma de energias vans pra só depois perceber que bem mesmo, é a gente que se faz. Senta, sossega o querer, me olha nos olhos e me ouve falar, deixa eu te dizer por que você deve ficar. Não deixa a gente pra depois, depois as prioridades mudam, o encanto se perde, depois fica tarde, depois a saudade passa e a vida muda. Não deixa a gente pra depois, se não der em nada, a gente errou tentando acertar. Não deixa a gente pra depois, porque se der certo, deu amor!



LIVRO NOVO



Giovane Galvan é taurino, apaixonado e constantemente acompanhado pela saudade. Jornalista, designer, produtor e redator, escreve por paixão. Detesta futebol e cozinha muito bem. Suas observações cotidianas são dramáticas e carregadas de poesia. Gosta do nascer e do pôr do sol, da noite, mesas de bar e do cheiro das mulheres pra quem geralmente escreve. Viciado em arrancar sorrisos, prefere explicar a vida através de uma ótica metafórica aliando os tropeços diários a ensinamentos empíricos com a mesma verdade que vivencia. Intenso, sarcástico e desengonçado, diz que tem alma de artista. Acredita que bons escritos assim como a boa comida, servem de abraço, de viagem pelo tempo e de acalento em qualquer circunstância.

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