Jéssica Pellegrini

Só descobrimos a importância de um abraço, quando precisamos de um.

Imagem de capa: pecaphoto77, Shutterstock

Encoste seu ouvido em um coração ferido e sinta o melhor abraço…

Um abraço não precisa de conceitos, desculpas ou motivos plausíveis. Nele, cabe a imensidão de sentimentos que palavras são incapazes de descrever. É possível tocar o céu apenas encostando-se em outro corpo na mesma sintonia. É um encontro de almas, arrepio de um gesto sincero. Um abraço nem sempre demonstra segurança, por vezes, quando largo, significa alerta e distância. Tapas nas costas indicam vulnerabilidade, quem te quer por perto, não te toca com a ponta dos dedos, a energia positiva acontece, involuntariamente, dos pés à cabeça.

Corações feridos tendem a sensibilizar-se mais. Ficam atentos, preocupados e solidários. Só quem sente a dor de um machucado sangrando em carne viva, pode orientar o outro sobre proteção e cuidado. E não é questão de força ou fraqueza, existem problemas que destroem o físico e corroem à alma. Uma desilusão amorosa, por exemplo, é completamente dominada por emoções. Logo, a razão perde a batalha de egos. Pois bem, há experiências que influenciam na maturidade do ser humano. Só aqueles que superam o batimento lento, são propícios a cultivarem novas borboletas no estômago.

Encostar o ouvido em um coração ferido, é escutar tudo o que ele tem a dizer. Desde as pequenas frustrações, até os grandes traumas. Existem também, arrependimentos, saudade, medo e um vazio que nada é capaz de preencher. Eles são carentes, valorizam o toque da pele. Gostam de receber carinho, oferecer conselhos e ajudar o próximo. Corações feridos ficam ainda mais tristes quando lágrimas escorrem dos olhos. Ainda que estejam na solidão, eles são esperançosos e acreditam que amanhã, quando a vida der uma nova oportunidade, o sorriso voltará a clarear. Um coração ferido é ótimo em confortar alguém. Embora ele esteja em uma fase difícil, ele não deseja isso para mais ninguém. São perseverantes, não desistem de se reconstruir, juntar os pedaços e preencher o espaço vago, nem que seja com a solidão consentida.

Abraçar-se em pessoas felizes é ser contagiado pela alegria. Mas tratando-se de abraços, só o sente de verdade quem reconhece sua importância. Abraçar também é comemorar, é celebrar, dançar e pular. Não estou dizendo que um coração inteiro desconhece o sentido dessa palavra, muito pelo contrário, a realidade é que só descobrimos a relevância de um abraço, quando mais precisamos de um.

Nosso lar é onde se encontra um abraço aconchegante.

Jéssica Pellegrini

Nunca confie em uma escritora confusa e romântica. As controversas entre um texto de amor e outro de desilusão, podem causar questionamentos pessoais. Consequentemente, sequelas mais graves.

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