Me diz, com que pernas devo seguir? Sobre relacionamentos e fins

Imagem de capa: Dmitry Sheremeta, Shutterstock

Pode parecer loucura ou até um pouco de desespero, mas saber que você não está mais comigo, dói. Dói porque é difícil imaginar, depois de tantas partilhas, um tempo só meu. E os instantes que tivemos foram tão marcantes que, agora, não sei bem como seguir. Sem suas pernas, sem seus abraços, sem seus sorrisos.

Românticos dizem que toda história de amor atravessa tempestades. Que o amor é constantemente testado para saber da sua força e intensidade. Desconfio dessa teoria, sendo sincera. Precisar passar por esses mares de faltas e ausências, não deveria ser assim tão duro e seco. Não porque seja impossível, pelo contrário, é até comum. Mas existe uma dificuldade tremenda em aceitar, em saber diferenciar quantos dias são necessários para encontrar paz mais uma vez.

Teu gosto ainda está na minha fala. O cheiro das nossas noites ainda está nos meus lençóis. Me diz, como seguir adiante? Como continuar quando a saudade não vai embora, quando ela só sabe jogar na cara a presença inconfundível que você deixou? Não sei o que fazer, juro. Não estava preparada. Eu sei que não se trata de distribuir culpas. Elas nunca fazem bem. Algumas vezes, os caminhos de um querer a dois acabam sendo mais partidas do que chegadas. De verdade, entendo. Não trago mágoas. Mas dói. Dói agudo.

Talvez, quem sabe, mais adiante encontremos uma nova oportunidade ou um novo começo. Não estou pedindo uma segunda chance, porque sei que quem dita os próximos passos é o tempo. Não o tempo da gente, mas o da vida. De qualquer forma, mentiria se não imaginasse, ao menos uma vez, que a sorte coincidisse com o nosso amor já explorado.

Tudo bem, paro por aqui. Tenho que ser forte. Tenho que aprender a andar de novo.

Vou seguir, enquanto puder, sua. Mas agora com as minhas próprias pernas.



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