Pior que a convicção do não é a incerteza do talvez

Imagem de capa: conrado, Shutterstock

A pior das torturas psicológicas é conhecida por “e se”. E se o amor da sua vida estivesse a um passo da sua atitude? E se você tivesse enviado aquela mensagem? E se você tivesse realizado seus sonhos de criança? E se… E se… E se….?

O medo da rejeição ou do fracasso faz com que o ser humano viva no “quase” por toda a vida, sem entender que é o quase que fere, que ilude, que entristece. Que faz com sonhos sejam esquecidos, planos não sejam cumpridos e projetos não sejam executados. Por medo, o homem deixa de viver. “De todas as paixões baixas, o medo é a mais amaldiçoada” (Shakespeare).

Quase amor não é amor. Quase perdoar não é perdoar. Quase emagrecer não é ficar magra. Então por que as pessoas insistem nesse estado de incertezas? Sempre irá existir a possibilidade da rejeição, a possibilidade de dar tudo errado e, acredite, você não irá morrer por isso. Sabedoria vem com os conhecimentos empíricos adquiridos dia a dia e preferir a comodidade do “não” por medo de tentar, é covardia.

Sarah Westphal afirmava que “sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.”

Acreditar e realizar não é tarefa para muitos. Exige-se coragem e liberdade para possíveis consequências. Uma famosa frase de Freud define bem esse comportamento humano: “a maioria das pessoas não quer realmente a liberdade, pois liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade.”

É necessário não temer a queda para que se aprenda a levantar. Não temer a vida quando ela se apresentar de forma plena. “Façamos da interrupção um caminho novo. Da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro!” (Fernando Sabino)

De erro em erro construímos nossa sabedoria. De queda em queda aprendemos a voar. De saudade em saudade, criamos a nossa história de vida. Então, separa sua mochila, aperte seus calçados e vá atrás de seus sonhos. Deixe o seu “quase” e sua insegurança pra trás. Há alegrias que só vêem depois de muitas lágrimas mesmo.



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