Não permita que o amor lhe perca de vista

Imagem de capa: Verbitsky Denis, Shutterstock

Entre o segundo que passou e os próximos minutos existe um buraco negro que nos puxa para baixo a qualquer instante. Um passo errado e podemos cair duros no vazio do medo.

Esse rombo no chão que nos paralisa, que nos torna impunes aos pequenos detalhes da felicidade, não compensa, não vale a pena, nem um tantinho sequer.

Dizem que o medo tem sua função na vida da gente, a de nos fazer respeitar os limites do corpo e compreender os riscos que certas coisas oferecem. Porém, no amor o medo nada mais é do que um spray de pimenta que cega os nossos olhos.

E o que deveria ser motivo para ficar na vida de alguém nem sequer é notado, pois o foco está no que não fazer, quando o que fazer deveria ser prioridade. Ou, sei lá, os detalhes levados em consideração não são aqueles que realmente importam.

Já vi muitas pessoas se desligarem por causa disso. E o que poderia ter sido uma linda história de amor não passa de um devaneio cheio de freios. Quando a gente entende que a construção de qualquer relação também é feita nas imperfeições, fica mais bonito a nossa forma de olhar o outro e enxergar nele aquilo que sempre procuramos em alguém.

Agora, veja só, se você busca uma pessoa perfeita de corpo e alma, esqueça! Não existe, graças a Deus! Somos todos únicos dentro daquilo que nos desconcerta só para que nos tornemos melhores na luta diária por aprendizado.

Semana passada eu disse para uma amiga que ela estava perdendo alguém muito especial por conta da sua mania de buscar o que ninguém pode dar. Ela exige tantas coisas que não percebe quantas qualidades incríveis o cara tem.

E esse cara, que estava pronto para viver um dos melhores encontros da sua vida, já não liga mais como antes.

Não é que não a queira ou que desapaixonou da noite para o dia, mas é que toda vez que ele buscava ela para perto, bem pertinho, ela dava um pulo para trás. E numa dessas idas e vindas para frente e para trás, ele cansou do vai e vem e preferiu seguir adiante.

Ela, tão dona de si, hoje se questiona por qual motivo se questionou tanto. E nessa vida de perguntas sem respostas, só uma certeza existe: o tempo não para. E a qualquer momento vem alguém e rouba de você aquilo estava preparado para ser seu.

E sabe, a vida é curta e nós somos só passageiros prestes a partir, como diz aquela música bonitinha chamada Trem Bala. É isso que a vida é, um trem bala que nos guia em direção ao porto sem chance de voltar atrás.

Por isso, enquanto é tempo de fazer, faça. Se der medo, vá assim mesmo. Talvez você ainda se questione diversas vezes ao longo da travessia, mas vai garantir que os presentes que a vida oferece ficarão não apenas porque você merece, mas porque você aprendeu a segurar com unhas e dentes aquilo que é seu.

Dessa forma, e a escolha é toda sua, você recomeça de onde parou, do ponto exato em que estagnou e avisa o mundo que o que é da gente ninguém pode roubar, exceto se a gente quiser. E já diz para o universo que o amor sincero que nos dedicam ninguém pode estragar, exceto a gente mesmo.

Larga a culpa, o medo, a triste mania de se punir e corre atrás do que você deixou escapar entre os dedos. Talvez ainda dê tempo de um abraço demorado para selar o compromisso de amar sem rédeas.

Corre na mesma direção do seu amor e não permita que ele ande para trás, pois numa dessas, e eu espero que isso não aconteça, ele lhe perde de vista.



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Não nasci poeta, nasci amor e, por ser assim, virei poeta. Gosto quando alguém se apropria do meu texto como se fosse seu. É como se um pedaço que é meu por direito coubesse perfeitamente no outro. Divido e compartilho sem economia. Eu só quero saber o que realmente importa: toquei alguém? É isso que eu vim fazer no mundo.

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