O mundo não é mesmo para os amadores. É para os amorosos.

Já viu quanta gente repetindo por aí que isso ou aquilo “não é para amadores”? Em todo canto tem alguém tagarelando o chavão. Enchem o peito e decretam “o Brasil não é para amadores!”. Pois sim. Não é mesmo. O Brasil, o casamento, a política, o serviço público, o mercado, a paternidade. Nada disso é para os amadores. É para os amorosos! Para aqueles que fazem com amor.

Amadores são voluntários, desobrigados, dispersos, ingênuos. Não fazem isso por mal, mas são vagos, irrefletidos, preguiçosos. Logo, dispensados de responsabilidade “maior”.

Atletas amadores não precisam chegar na frente. Artistas amadores não carecem viver de sua arte. Cozinheiros amadores não têm de vender os seus pratos. Fazem o que querem por gosto, por vontade. Se não “der certo”, tudo bem.

Amorosos, por sua vez, são “profissionais”. Fazem com amor, aprimoram seus métodos, empenham a alma em seu ofício, apuram-se no exercício daquilo que praticam porque amam. Tornam-se peritos em seus fazeres e tudo o que fazem, de alguma sorte, “dá certo”.

Daí não existirem mães e pais amadores. Há mães e pais. Uns são bons, uns são ótimos, outros ruins e outros péssimos. Mas os bons e os ótimos são amorosos obrigatórios, profissionalmente adoráveis. Assim como tudo o que há de importante, a paternidade não é para amadores. É para quem tem amor. Para os amorosos profissionais.

Há mal nenhum em ser um amador. De quando em vez, em alguma instância, todos somos. Quem nunca? Quem nunca agiu feito principiante, trocou os pés pelas mãos, passou a carroça na frente do burro? Acontece com todo mundo. Todos temos o direito de ser amadores aqui e ali, de fazer tipo, de entrar na água só até a canela.

Mas aí uma hora a vida chama na chincha, a porca torce o rabo e não tem jeito: a gente pega o touro a unha e faz o que tem de fazer. Faz do jeito certo. Faz com amor, não como um amador.

Certas coisas não são para os amadores mesmo. São para os amorosos. Amadores não precisam se comprometer. Amorosos vão até o fundo e, de um jeito ou de outro, acertam porque fazem com amor. E com amor, você sabe, não tem erro nunca.

Via Conti outra



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Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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