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Eu o amei até que minha dignidade disse: “não vale a pena”

Em todas as relações que mantivermos, sejam ou não amorosas, devemos ter claro que, assim como nós respeitamos o próximo, este também deve valorizar a nossa dignidade.

A dignidade é a fronteira pessoal e emocional que serve como um protetor psicológico.

Dependendo de onde tivermos esse limite, nossas relações pessoais e sociais gozarão de uma melhor saúde, de um melhor equilíbrio.

Nossa dignidade nas relações afetivas não deve aceitar que nos rebaixemos nem façamos concessões. No momento em que começamos a ceder e a fazer uma renúncia atrás da outra, esse tecido excepcional e valioso se romperá.

Se pensarmos bem, iremos nos dar conta de que são poucas as vezes em que paramos para analisar essa dimensão tão íntima e tão importante.

Não o fazemos, em primeiro lugar, porque nos educaram com a ideia de que, se amamos alguém, devemos dar tudo em troca de nada por essa pessoa.

Às vezes é muito complicado pode ver onde começa a verdadeira reciprocidade e onde termina a fronteira na qual se abre essa chantagem oculta, discreta, mas voraz, em que nossas emoções são manipuladas.

É importante levar isso em conta e proteger nossa integridade pessoal. A seguir, vamos propor que você reflita sobre as seguintes dimensões.

A dignidade é o respeito que você sente por si mesmo

“Te amei até que minha dignidade disse: não é para tanto”. Se essa frase faz sentido para você, alguma vez se lembrará do processo interior no qual nos damos conta de que o amor, às vezes, tem um limite, que se chama precisamente “dignidade”.

Dignidade e autoestima

Os seres humanos constroem a própria autoestima ao longo de sua vida. O modelo por meio do qual somos educados tem, sem dúvida, uma grande importância, mas acreditemos ou não, não é determinante.

E isso ocorre por muitas razões. Todos passamos por experiências que, de um dia para o outro, podem romper muitas dessas fortalezas interiores que nos protegiam.

– Um trabalho em que nossos direitos são violados.
– Uma relação pessoal complicada.
– Um acidente, uma perda traumática, uma decepção…

São muitas as causas que podem fragmentar o equilíbrio de nossa autoestima. Com isso, queremos dizer acima de tudo que, às vezes, acreditamos que somos invulneráveis.

Pensamos que nada pode quebrar nossa força, que podemos tudo. No entanto, acreditamos nisso porque estamos em nossa zona de conforto.

No momento em que fatores externos nos fazem perder essa sensação de autocontrole, perdemos tudo.

Relações nas quais nos “jogamos” com os olhos fechados

Sabemos que há amores aos quais nos entregamos com os olhos vendados e com o coração batendo forte. São saltos para o vazio que fazemos livremente porque assim o queremos, porque assim o sentimos.

Tudo isso seria justificável, desde que não puséssemos em jogo nossa dignidade. Há relações afetivas em que, às vezes, não vemos os limites. Damos tudo sem esperar nada. Qualquer esforço é pouco para fazer o outro feliz.

– Até que, um belo dia, nos damos conta do profundo vazio que sentimos em nosso interior. Não é que algo nos falte, é que tudo vai mal; nada está em sintonia e toda a energia é direcionada a apenas uma pessoa.

Enquanto isso, a outra se alimenta apenas de migalhas, e essa pessoa é você.

Há momentos de nossas vidas em que vale a pena sermos corajosos e arriscar. No entanto, leve em conta: é preciso arriscar tendo várias coisas bem seguras: sua autoestima, sua dignidade e seu direito de ser feliz.

No momento em que alguma dessas coisas falta, devemos tomar uma decisão.

Seus pensamentos lhe dão poder

Quando você se encontrar numa situação emocionalmente complexa e desejar fortalecer sua dignidade, verbalize as frases seguintes.

Se você refletir sobre estas linhas, interiorizará uma série de pensamentos capazes de despertar uma emoção em você: a da coragem, da valentia.

Anote:

– Ninguém pode nem deve me dizer como devo ser feliz.
– Quem ama de verdade não submete, nem obriga.
– Um bom parceiro fortalece nossa autoestima, nunca a destrói.
– Quem gosta de você se preocupa a cada dia com seu bem-estar.
– Conviver exige saber formar uma equipe. Quem se dedica apenas a pensar em si mesmo não sabe conviver.
– Tenho o direito de expressar meus pensamentos, de dizer o que quero e o que não quero.
– Dizer “NÃO” a algo não é ser egoísta: é defender a própria dignidade.
– Mereço ser amado.
– O verdadeiro amor começa por amar a si mesmo. Se nesses momentos tudo o que me cerca me faz acreditar que não valho nada, é porque algo vai muito mal. Devo reagir.
– Posso e devo controlar minha realidade. Não tenho por que me submeter ao que os outros queiram ou desejem.
– Não sou obrigado a agradar e a gostar de todo mundo.
– Sou uma pessoa bela, corajosa, e tão digna de ser feliz como qualquer outra. Ninguém deve cercear minha vida ou meus desejos.
– Defenderei as pessoas que amo acima de tudo. No entanto, também exijo que elas me respeitem, me defendam e me valorizem como mereço.

Para concluir, a dignidade pessoal é um assunto pendente ao qual deveríamos prestar mais atenção. Ela nos confere a felicidade de que todos deveríamos desfrutar a cada dia.

Fonte indicada: Melhor com Saúde

A Soma de Todos Afetos

Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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