A ilusão de um amor de cinema

Uma reflexão a respeito das “tretas” que nos envolvemos todos os dias, onde a existência do outro já é sinônimo de problema e desilusão, onde as pessoas se fecham cada vez mais, para não viverem romances completos, onde todos só estão dispostos a dar suas metades.

Quando estamos nos metendo nas “tretas” da vida, tendemos a concordar com os “textinhos da salvação” que circulam por ai, como:

“Não trate como prioridade alguém que te trata como opção”

“Quem quer arruma um tempo”

ou

“Nossa! Ele/ela está preferindo fazer outra coisa a não ser ficar com você”

e etc.

Gente, vamos ser francos.

Quem foi que colocou na nossa cabeça essa ideia de um amor que não existe, onde, para nos sentirmos amados, temos que nos sentir “o oxigênio” da vida do outro?

Principalmente mulheres… Somos educadas para pensarmos que somos seres maravilhosos, um prêmio, o topo de tudo, onde o homem teria que se desdobrar para conseguir nossa atenção. Querida, se quer ser tratada como um prêmio, seja um prêmio. Pare de “mimimi”, tome um rumo na sua vida, seja completa, feliz e maravilhosa. Certa vez li um título aqui na obvious: “Você namoraria consigo mesmo?” Muitos eu acredito que não. Então, sejamos quem queremos ser antes de tudo.

Mas voltando ao nosso tópico, de verdade… eu já não quis ver alguns ex namorados porque eu queria ficar no meu sofá vendo filme sozinha a tarde inteira e isso não significa que eu não me importasse ou não gostasse.

Crescemos condicionados a acreditar que é errado alguém ser feliz sozinho quando não estivermos por perto, pois assim, estaríamos “em segundo plano” na vida do outro, ao mesmo tempo em que nos dizem que para só nos relacionarmos com alguém quando tivermos aprendido, primeiro a sermos felizes sozinhos para, assim, não buscarmos no outro algo que nos complete, que nos dê aquilo que nos falta… O QUEREM QUE A GENTE FAÇA? WHAT THE HELL!

Ou seja, a regra vale pra gente e não para o outro, não é?! Nós temos que ser felizes sozinhos, aprender a viver sem a necessidade do outro, mas o outro não pode viver sem nossa presença?! Que sentido faz isso?

Acho que essas regrinhas amorosas que estão tentando repassar estão, na verdade, repassando egoísmo e criando uma ideia de amor inexistente e impossível, inalcançável e mentiroso, nos deixando sujeitos a frustrações.

Acho que os conselhos deveriam ser: “Você não é a última bolacha do pacote, então pare de pensar que o mundo do outro deve girar em torno de você, logo, você também deve abrir mão do seu egoísmo e tem o total direito de demonstrar para o outro o que sente, já que espera que o outro também demonstre” e, “assim como o esforço deve vir dos dois lados, os dois lados devem conseguir ser completos sozinhos, onde o relacionamento seja o momento de amadurecimento, crescimento e aprendizado, e não, uma bacia para despejar todas as nossas merdas, nossos traumas, nossos problemas que não conseguimos resolver, nossas frustrações e medos.”

Que seja uma troca, que haja desabafos, mas que ambos desabafem de modo a evoluir, dispostos a isto, e não, para apenas desgastar a relação.

Então é isso, parem de querer que o outro apenas corra desesperadamente atrás e aceitem que as pessoas podem ser felizes sozinhas. Você não é a luz do universo de ninguém e, se for, será por dias, semanas ou poucos meses, e quando essa ilusão te deixar, ao você notar o outro sendo feliz sem que você esteja 100% do tempo ao lado dele, você estará frustrado, porque alguém te ensinou que o amor é “dedicação total a você”. Filha, filho, isso aqui não é Casas Bahia não.

Pezinho no chão e vá ser feliz. A vida é muito curta para viver em mentiras, em ilusões. Sejamos inteiros, sejamos verdadeiros, sejamos práticos, sejamos completos com ou sem alguém e apenas vivamos como gostaríamos de viver. Não esperemos o inteiro do outro se só estamos dispostos a dar nossas metades.



LIVRO NOVO



Nasceu em Petrópolis-RJ, mestranda e graduada em Relações Internacionais pela Universidade do Brasil! Tem interesse em tudo que se pode imaginar, até química, física, logaritmo e quadrantes. Sempre adorou escrever e coleciona caixas de textos que escreve desde a infância. Seja sobre poesia da vida cotidiana ou sobre assuntos políticos, filosóficos, antropólogos, científicos, sua vida é de uma forma ou de outra ligada à tentativa de olhar o mundo com mais profundidade do que a correria da rotina nos permite. Nada lhe escapa, dos assuntos cotidianos às condições políticas que acontecem ao redor. O que varia é o horário, a inclinação do olhar ou da cabeça também... Quer falar todas as línguas do mundo... ou quase. Quieta de vez em muito, nada como a introspecção para refletir a vida um pouquinho. Mas também pode fingir ser a pessoa mais extrovertida do mundo se quiser. E engana bem. Da personalidade mais rara do mundo, INFJ com muito prazer!

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