A filosofia do não pensar

Assim como o pensamento positivo pode provocar revoluções interiores, o pensamento vazio, negativo ou excessivo/obsessivo pode ser um tanto prejudicial. Gastar o tempo “divagando” pode não ser a melhor forma de resolver problemas ou de conduzir a vida. Ser mais instintivo, muitas vezes, é bem mais assertivo.

Com o perdão do trocadilho, se pararmos para pensar, veremos que, no geral, vivemos muito melhor se pensarmos menos…

O pensamento cria monstros imaginários, nos leva para horrendos lugares inexistentes, cria lamentáveis situações que não tem a menor probabilidade de vir a ocorrer e faz nascer sentimentos negativos totalmente desnecessários.

Pensar demais, por exemplo, nos permite deixar a tristeza entrar no peito em razão das centenas de atrocidades que estão ao nosso redor (corrupção, desordens climáticas, fome mundial, criminalidade exacerbada, etc.), mas sobre as quais não temos o menor controle.

Pensar demais permite que encontremos inúmeros argumentos para não adotar comportamentos que nos beneficiariam sobremaneira, tais como começar a se exercitar, começar a efetivamente pensar em si e a ter uma vida mais leve (como “não tenho tempo”, “demanda muito esforço” ou “tenho coisas mais importantes para fazer nesse momento”).

Pensar demais nos faz considerar plausíveis inúmeras graves doenças para, por exemplo, um pequeno cisto que apareceu nas suas costas, uma tosse persistente no seu filho ou uma tontura que acometeu a sua mãe, que, no fundo, são besteirinhas de fácil resolução.

Pensar demais abre caminho para acharmos que tudo é nossa culpa, como aquele amigo que nunca mais nos procurou ou aquele pretendente que sumiu de uma hora para outra. Afinal, “o que é mesmo que eu fiz pra eles terem esse comportamento?”

Pensar demais permite cogitarmos e nos assustarmos com as milhares de hipóteses desastrosas que o curso da vida de qualquer um, em tese, pode tomar (perdas de emprego, traições, acidentes, etc.).

Pensar demais, em suma, pode fazer com que nos percamos em medos de males que nunca ocorrerão, ou que nos acomodemos numa vida insatisfatória.

Devemos ser mais instintivos.

Não temos dúvidas de que é necessário nos cuidarmos e que a única pessoa que realmente se importa conosco somos nós mesmos. Então, comecemos uma academia, larguemos o cigarro, vamos comer de forma mais saudável e descansar direito. Assim, direto, sem parar para pensar.

Sabemos que a grande maioria das pessoas não será acometida por doenças terminais, acidentes fatais e graves crimes. Acreditemos, então, que fazemos parte desse grupo e ponto. Sem divagações.

Temos ciência de que, indiscutivelmente, é preciso cuidar das emoções. Então, respiremos fundo frequentemente, vamos buscar atividades que aliviem o stress, não internalizemos sofrimentos que não são nossos e fujamos de discussões de qualquer espécie. Não precisamos de nada que maltrate o nosso coração.

Sabemos que é preciso se autoconhecer, amadurecer, evoluir. Então, vamos em busca de meios para tanto, tais como cursos, livros e até mesmo textos e vídeos da internet. Há um vasto material à disposição de todos, muitas vezes gratuito, basta a predisposição para conhecê-lo.

Nos sentiremos muito melhores se pararmos de buscar desculpas ou cogitar hipóteses ruins. Sabemos o que precisamos, o que nos faz bem e o que é certo. Basta agir.

Ah, em tempo: se for parar e ficar pensando, divagando e cogitando coisas boas, positivas e energizantes, tá liberado!



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“Servidora Pública da área jurídica, porém estudante das questões da alma. Inquieta e sonhadora por natureza, acha a zona de conforto nada confortável. Ao perder-se nas palavras, busca encontrar um sentido para sua existência...”

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