Quantas vezes você já se perguntou o que faz do amor o amor? Quantas vezes você se questionou dos porquês dele despertar tamanha felicidade num momento e tristeza incontáveis no outro? A verdade que é não existe um padrão para essas perguntas, mas existe sim, para a sua surpresa, caminhos distintos para achá-los. Eu nunca quis sofrer por amor e, no entanto, sofri. Também não imaginava ser feliz no nele e já fui. Quem nunca? Quem? Será que estamos tão carentes a ponto de não percebermos o abismo emocional que nos lançamos paixão após paixão? Não é uma ciência exata. Nunca foi. O amor é um pulsar acima dessas suspeitas, mas nem por isso menos palpável para as nossas expectativas.
Relacionamentos não precisam ser carregados de promessas para serem mais reais. Aliás, desconfio dos amores que vivem rogando juras e outras sandices. Porque quando o sentimento é mútuo e o respeito faz morada, não há necessidades de tais gestos. O carinho simplesmente acontece, sabe? E nessa parceria emocional, a honestidade dos momentos compartilhados é toda a prova necessária para que o amor repouse, enfim. Nada de desculpas sobre o mundo está imerso no desamor. Nós é que estamos ausentes para com o amor. Escolhemos escancarar esses maldizeres sobre o outro na esperança de não precisarmos olhar para nós mesmos e contemplarmos nada menos que seres falhos e ainda preguiçosos no que diz respeito a amar. Afinal, quantas vezes você não escolheu apontar o dedo para a possível falta de amor no outro, simplesmente para valorizar o próprio? Ambos podem ser legítimos. Amor também é ponto de vista. Mais uma vez, não é uma ciência exata e, tampouco, uma janela disposta para qualquer um sair entrando e moldando como bem quiser.
Contudo, nada está perdido. Ainda podemos e devemos a aprender a caminhar e também reconhecer o amor como algo em construção. Não é preciso ser sólido e muito menos líquido. A forma e os pormenores do amor necessitam caber conforme cada coração estiver preparado e desarmado para ser diferente. Ser inteiro com outra pessoa é quando nos despimos das certezas do amor. Porque o amor também é dúvida, com ponto de interrogação, vírgula e, principalmente, reticências. Se fosse ponto de exclamação ou dois pontos, não seria amor, mas egoísmo. E de egoísmo, o amor já não pode sequer ser um parágrafo.
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