Essa manhã chorei ao ouvir uma amiga chorar. Após alguns anos, o que era intenso, perdeu a intensidade. A intensidade do afeto, do amor e do respeito. Perdeu-se em si, perdeu o que havia aqui. Não há mais intensidade.

Enquanto ela chorava e me dizia tudo o que havia acontecido, eu pensava em algo que poderia falar para confortá-la. E aqui estou, escrevendo um texto que possivelmente seja mais para ela do que para mim mesma.

É inevitável o choro e a dor da perda. Só quem ama sabe e sente, né?
Mas não é de hoje que vejo, a cada dia, o êxodo do amor próprio. É nele que precisamos nos firmar quando o bem amar parte, é nele que precisamos estar quando tudo que estiver aqui, decidir ir embora.

A intensidade não será medida pelo furor dos beijos e abraços, ela também não será contemplada (somente) nas noites em que você passar com alguém. Antes de tudo, aumente (muito) a intensidade daquilo que sente por você mesmo.

De forma saudável, iniciamos qualquer relação muitíssimo bem. E não se engane, não falo apenas do amor eros, mas de tudo o que possa ser contemplado e dito como relacionamento.

Então, estamos cheios, brilhantes e com muita carga.
Aquele tempo em que estivemos sozinhos, encontrando-nos foi ótimo! É incrível como temos disposição para amar o mundo inteiro.

(…)

É dada a largada! Agora não é mais você, mas você e alguém. Alguém muitíssimo especial diga-se de passagem.

Os planos não são individuais, a cama tem dois lugares, a vida tem mais cor e sabor. É assim que acontece, sei bem como é isso.

O tempo se passa e a casa precisa de alguns reparos. É nesse momento em que fazemos a primeira reforma. Ótimo! Ficou tudo ainda mais lindo do que estava, nossos corações pulam e batem juntos. Estamos aqui.

O tempo se passa e a casa, mesmo reformada, não satisfaz mais seus donos. É então, que à vezes de forma drástica, as malas são feitas, os móveis empacotados e parte-se dali.

Bom mesmo é quando os dois entram no caminhão de mudanças. Porém, quando apenas um se muda e o outro permanece, fica o vazio. E agora nos deparamos com outra intensidade. A dor intensa.

Desafiar-se é preciso.
A casa pode continuar sendo sua se não houve partilha de bens. Se decidir ficar, tudo bem, não tem problema. Mas convide um novo amor para repartir a casa, rachar o aluguel.

Ah, o novo inquilino terá seu sorriso, seus olhos e sua medida.
Será aquele que andou por ali e que voltou. Ele se chama amor próprio, o MAIOR e mais intenso amor que precisa existir na sua casa.

Bárbara Fernandes

Sempre escrevi em diários, e guardava-os todos para mim. Até descobrir que existiam mais pessoas que precisavam ler. Então, aqui estamos!

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