Viver com o coração partido é respirar com dificuldade

Viver com o coração partido é como andar despido, com a alma meio vazia e amarrada por uma corda que ainda pertence a outra pessoa. É uma tortura lenta que sufoca e machuca, porém, nenhuma dor é eterna.

Dizem que o tempo cura os desamores, as ofensas e as decepções. No entanto, não apenas o passar dos dias será um bom aliado, nossa coragem e força interior também nos guiarão pouco a pouco para que a ferida doa um pouco menos. E embora não exista o esquecimento, pelo menos teremos o descanso.

A ferida emocional provocada por um amor não correspondido, ou um amor que aconteceu e desapareceu, é, sem dúvida, um dos maiores traumas que um ser humano pode experimentar.

Ficamos imobilizados porque nossos valores são quebrados, porque as ilusões desaparecem e porque temos que recolher cada pedaço da autoestima que muitas vezes foi partida. O processo de cura posterior é lento e delicado.

Um coração partido precisa ter suas feridas fechadas com ouro

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Um osso quebrado demora muito menos para cicatrizar que um coração partido, dependendo da situação. Assim, para que qualquer ferida se cicatrize, é necessário força de vontade e, acima de tudo, a capacidade de assumir que já não vamos mais ser os mesmos. Que vamos a sair deste processo fortalecidos, que vamos nos tornar resilientes e obter um aprendizado da experiência vivida.

A tradição do Kintsukuroi nos demonstra um tipo de filosofia que nos permite tirar mais de uma reflexão. Conheça-a melhor a seguir:

  • Se nos recusamos a aceitar essa perda, essa decepção ou separação, ficaremos ancorados a um sofrimento eterno e desnecessário.
  • É importante aceitar o que aconteceu, e aceitar “que não estamos bem”. Reconhecer a dor é aceitar uma realidade sobre a qual devemos trabalhar dia após dia.
  • A dor faz parte de você, mas não é você: trata-se de algo temporário.
  • Não cometa o erro de querer voltar à sua antiga situação. Você não será o(a) mesmo(a) de ontem, muitas coisas vão mudar dentro de você, e não há porque serem negativas.
  • A arte de Kintsukuroi tem como finalidade não esconder as feridas, as fraturas dessas peças de porcelana. A magia está em fechá-las com ouro para evidenciar aonde a ferida está, e alcançar um resultado final onde a beleza é inegável.
  • Reza a lenda que todo objeto que foi selado com a técnica de Kintsukuroi jamais voltou a quebrar.

Deixe de lado o que sente

Sabemos que não se pode consertar um coração partido com ouro, mas sim com o brilho intenso de suas emoções lutando para acender novos sonhos, para curar sonhos perdidos e acordar com outros novos e mais intensos, com raízes mais profundas.

Na realidade, não é um processo simples. Emergir das lágrimas e das cinzas dessa vida que sonhamos e não alcançamos nem sempre é fácil, mas não é porque é difícil que vai ser impossível. Pelo contrário, na verdade vai chegar um momento em que você vai se sentir orgulhoso de si mesmo, por ter se tornado a pessoa que realmente queria ser: alguém livre do sofrimento.

  Lembre-se do que você merece

As pessoas que andam todos os dias com o coração partido, se esqueceram do que merecem. Portanto, seria muito adequado que o “ouro” que vai selar as fraturas da sua alma siga estes princípios básicos:

  • Você merece ser amado, você merece ser feliz. Ninguém deve viver a condenação de se sentir infeliz todos os dias de sua vida.
  • A escolha feita por uma pessoa em um determinado momento não é capaz de defini-lo. Não é você. É o seu pensamento, é o seu micro-mundo e um universo estranho no qual você não deve entrar em colapso. Sua realidade é única e muito diferente daquele ou daquela que quebrou seu coração.
  • Ninguém além de você mesmo vai lhe fazer sair desta situação. Você deve ser seu próprio artesão, que vai sutilmente curar suas próprias feridas com o ouro de sua autoestima, com o ouro de seus sonhos renovados, com o dourado de novas esperança nas quais você deve embarcar todos os dias…

Os corações partidos são barcos à deriva que avançam perdidos por um tempo. No entanto, eles sempre acabam  encontrando a calma e o caminho sereno que leva à verdadeira felicidade.

*Fonte: A mente é maravilhosa



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Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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