Podemos decidir sobre a toxicidade do cotidiano e a nossa saúde

Temos que decidir sempre sobre a toxicidade e a nossa saúde. E isso não é nem de perto uma questão sobre drogas. É sobre as perspectivas mentais que nos colocamos, sobre aquilo que sempre estamos colocando para dentro. Se confiamos nas aparências, estamos fritos. Se confiamos nas de dentro, também. Porque tudo em nossa época fala de toxicidade. Quando menos esperamos, estamos esterilizando, podando, congelando, envenenando nossa experiência mais uma vez. Pactos muito profundos de subnutrição, desatenção e autossabotagem que recebemos.

Os exercícios de reorganização constante e o encontro com os espaços reflexivos e contemplativos são a ponte para aquilo que não se contamina, a saúde que nunca cessa. Não importa qual é o seu caminho, beba dessa água e se banhe com ela. Não se perca com o dolorido. Constantemente renovando-a, você vai ter as forças necessárias para seguir, lutar e partilhar o que realmente importa: somos todos fontes, gostamos de brilhar e queremos tudo que é gente feliz.

Não é sobre derrotar ninguém. É sobre, a partir da nossa cura, ajudarmos as pessoas a se curarem.

João Vale Neto

O Brasil está há vários anos passando por uma crise profunda e multifacetada, que penso ainda levar um tempo considerável para cessar. Nós brasileiros nunca acompanhamos tanto o andamento das tramitações do congresso e as falas dos políticos como agora.

Como tudo na vida, isso tem um lado positivo e um negativo. O positivo é que aos poucos vamos aprendendo o quanto os assuntos políticos são importantes e o negativo é que se não buscamos boas fontes de informação, podemos cair nas conhecidas fake news, que existem aos milhares!

Devido à polarização gigantesca que existe entre quem apoia e quem não apoia o novo governo, as redes sociais de um modo geral, têm se tornado um ambiente bastante tóxico, no qual muitas pessoas agridem umas às outras, escrevem comentários violentos, carregados de preconceitos, de intolerâncias, de verdades absolutas etc.

Confesso que isso tem me cansado e certamente vem cansando milhões de pessoas! E ler as palavras do querido João Vale me fizeram refletir sobre o quanto é importante decidindo pela saúde mental e emocional, buscando a fonte do equilíbrio dentro de si.

Eu que trabalho com a escrita, que por natureza é um exercício que exige criatividade, é fundamental ter a consciência de que preciso ser como uma fonte de águas límpidas para que o que escreva reverbere no coração dos leitores e gere boas reflexões.

Esses espaços reflexivos e contemplativos que ele fala são esse remédio natural que pode nos reequilibrar: “são a ponte para aquilo que não se contamina, a saúde que nunca cessa”. Essas foram as palavras dele que mais me tocaram.

Inclusive eu li esses dias um texto de desabado de uma querida amiga que escreve textos lindíssimos e ajuda milhares de pessoas com eles. Ela contava que optou pela sua saúde mental ao deixar de acompanhar muitas páginas e textos que falam sobre as questões políticas. A toxicidade dos comentários e das notícias estava destruindo sua criatividade e aos poucos estava lhe deixando amarga e desanimada.

Ela tem essa consciência de que a escrita é um processo de cura tanto para ela própria quanto para os seus leitores. Nessa hora eu pego carona na sua reflexão e digo o mesmo em relação a mim. Já escrevi em diversos textos que a escrita me dá um sentido mais profundo de viver e faz parte da minha missão de vida.

Os textos contribuem nos processos de cura de muita gente, mas isso só é possível porque escrevo de coração, buscando essa fonte de águas límpidas.

Tenho exercitado esse filtrar de informações, porque se mergulhasse de cabeça em tudo que vem acontecendo uma hora acabaria adoecendo e teria que dar um stop meio que à força, entende?

Sei que muita gente vai se identificar com o que estou colocando aqui, por isso fiz questão de compartilhar tudo isso.

Portanto. Busquemos mais o silêncio, a quietude, esses espaços contemplativos. Dessa forma além de estarmos cuidando da nossa saúde integral, teremos condições de ajudar no caminho de cura, de amor e de consciência de muitas outras pessoas…

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Imagem de capa:Pexels



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Bacharel em Física. Mestre em Engenharia Mecânica e Psicanalista clínico. Trabalha como professor de Física e Matemática, mas não deixa de alimentar o seu lado das Humanas estudando a mente humana e seus mistérios, ouvindo seus pacientes e compartilhando conhecimentos em seu blog "Para além do agora", no qual escreve desde 2012.

2 COMENTÁRIOS

  1. Somos o que pensamos, o que sentimos e o que armazenamos, por isso fundamental o cuidado com o alimento emocional que ingerimos na forma de diálogos com pessoas negativas ou com noticiário policial das fontes de comunicação, nem um pouco preocupadas com a nossa harmonia ou desarmonia íntima, fundamental para a saúde psíquica e física de qualquer um. Maior cuidado com que escolhemos batatas, tomates, laranjas e berinjelas, devemos ter com as magoas, melindres e dissabores que trazemos em bagagens desnecessárias e pesadas, como prolongamentos de nós mesmos, esse peso inútil acumulado, deteriorado, doentio e crônico que é imprescindível deletar com toda a vontade e determinação possíveis, se queremos usufruir de saúde física e espiritual, vinculados e comprometidos com o melhor que podemos ser para auxiliar, desinteressadamente, aqueles que não conseguem se desamarrar das algemas que os impedem de ser livres, plenos, independentes e soberanos. Céu e inferno são nossas criações, escolhemos entre os dois, qual espaço nos convém habitar, para vivermos desgraçados ou felizes, colhendo os frutos que plantamos e respirando o ar que despoluímos, acendendo luzes, dissolvendo as trevas porque não menos do que isso somos: DEUSES.

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