A vida se faz no presente, mas os sonhos moram no futuro. Então a gente tece a vida de forma a seguir os caminhos ditados por aquilo que faz nosso coração bater mais forte.
Seguimos quase sempre descalços por nossa expectativa até que um dia alguma coisa nos fere a sola dos pés. Então a gente se ressente do sonho escolhido. A gente deixa de sonhar o sonho passado e procura um novo, um que seja bom, viável e que nos guie através de caminhos mais amistosos.
Esse hiato entre uma caminhada e outra pode ser deveras sofrido para todos nós, mas ele é necessário e passageiro. No entanto, há quem sente em cima de uma pedra, esperando a ferida fechar, e esqueça de sonhar de novo.
Felizmente, nada é imutável. Todos nós podemos, em determinado ponto, diminuir a marcha e emprestar nossos sonhos aos que pararam e esqueceram de sonhar.
E faz um bem danado sonhar junto. Achar luz na escuridão dos outros. Ver possibilidades escondidas em antigas gavetas. Acender sorrisos apagados com a chama da nossa esperança.
Às vezes, a gente tem um sonho e um outro acrescenta um pouco do sonho dele ao nosso e de repente temos um sonho novo, muito mais gostoso que aquele que nasceu sozinho na gente.
Se hoje temos a chance de segurar a mão de alguém e dizer que tudo pode ser melhor, amanhã serão as nossas mãos que serão seguradas por outros. Assim é a vida. Ela não para. Ela não pode e nem deve parar.
A gente às vezes tem tanto sonho guardado e não divide com medo de que o sonho acabe como se fosse algum tipo de doce de padaria. Mas sonhar junto é muito melhor que sonhar sozinho. Sonhar junto é ampliar os horizontes dos nossos anseios. É dar ânimo aos que desanimaram. É fazer grande um sonho pequeno.
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Atribuição da imagem: pexels.com – CC0 Public Domain
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