É ou não é uma benção?

Imagem de capa: legenda, Shutterstock

Abrir os olhos a cada manhã é uma benção do Universo. É o cara lá de cima (ou quem mais você quiser) dizendo: “Ei, meu camarada! Levanta da cama e faz valer a pena essa oportunidade. Vai lá e escreve mais uma página da sua história”. Saca isso? É Deus nos dando a chance de fazer mais ou de fazer tudo de novo.

A questão é que a gente não se dá conta até o momento em que alguém vai embora. Antes disso, olha que louco, viver parece tão comum que acordar todos os dias vira quase reação mecânica do corpo. É fantástico quando percebemos que nossa visão sobre a vida é muito pequena diante da imensidão que ela é por si só.

Estar vivo é uma prova de amor do Universo, de Deus, de Buda, de quem mandar a sua fé. É a garantia de que ainda temos muito a fazer, de que há um passo a mais para dar, um nó a desfazer ou um abraço para trocar.

Por isso, e por uma série de outras coisas, a gratidão deve ser o nosso primeiro pensamento. “Abri os olhos, opa! Estou vivo e tenho mais um dia para viver!”. Enquanto outras vidas são abreviadas no exato momento em que acordo, eu estou aqui inteiraço para fazer um novo dia.

É ou não é uma benção?

A partir disso, claro, fica por nossa conta o resto todo. Não é só acordar e sair andando pelo mesmo caminho de sempre, fazendo as coisas iguais a ontem, ainda que ontem tenha sido bom. Se acordamos e recebemos essa mãozinha lá de cima, desse ser de amor que damos a graça que acharmos mais adequada, é para fazermos melhor do que antes.

Entre as mais variadas missões que temos ao longo do dia, talvez anoitecer na certeza que somos melhores do que fomos seja a maior delas. Não é fácil, eu sei. Às vezes, muitas vezes, a única coisa que precisamos é de um colo para adormecer em silêncio. Tudo bem, isso também faz parte do caminho.

Fica pesado, dolorido e pensamos que desistir seja a melhor opção. Mas não é. Isso é pensamento imediatista de quem está sofrendo, é uma forma mais fácil de evitar o dano. Porém, aprendi que o dano também é bom, pois é o que nos faz crescer. E crescer é ser melhor agora mais do que no último minuto. E voltamos ao início de tudo: viver também é a arte de evoluir.

Se você entende que o sofrimento acontece para que se fortaleça a mente, o corpo e o coração, acaba tirando de letra os percalços do caminho. Você sofre, claro que sofre, mas respeita esse tempo como necessário para viver mais e melhor. Talvez muito melhor do que mais.

Se o poder superior nos concede a dádiva de viver mais um dia, se somos merecedores dessa alegria, nós e quem mais cruzar nossa viagem, meu amigo, só precisamos de uma coisa: AGRADECER. Assim, letra maiúscula mesmo.

Com o tempo, nosso grande parceiro tempo, aprendemos que viver é muito mais do que chegar aos 80 anos de idade. Viver é muito mais trajetória do que destino. É fantasia mais do que carnaval. Viver é o aprendizado muito mais do que o resultado final.

Viver é a arte de amar sem freio, amar e amar e amar quem for da gente (e quem não for de ninguém). É cuidar das pessoas, das plantas, dos bichos, do planeta. Viver é o ofício mais bonito do mundo e exercê-lo é a maior barato que podemos sentir.

A vida é um bolo de aniversário gigante, doce, fofo, delicioso e cheio de surpresas. Um bolo a ser compartilhado, dividido, fotografado com as lentes da retina. Um bolo que você dá o nome, dá a cor, dá o sabor. Um bolo feito por você e mais ninguém. Portanto, decore bonito e saboreie sem pensar em dieta.

Meu caro, viver é exagerar no amor.

Amor não engorda.



LIVRO NOVO



Não nasci poeta, nasci amor e, por ser assim, virei poeta. Gosto quando alguém se apropria do meu texto como se fosse seu. É como se um pedaço que é meu por direito coubesse perfeitamente no outro. Divido e compartilho sem economia. Eu só quero saber o que realmente importa: toquei alguém? É isso que eu vim fazer no mundo.

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