Amor-próprio: tem, mas acabou

De acordo com o dicionário, amor-próprio é um “sentimento de dignidade, estima ou respeito que cada qual tem por si mesmo”. Parece uma coisa meio óbvia de se sentir, uma espécie de autodefesa que já vem acoplada na gente ao nascermos, mas tenho percebido que ele não funciona de forma tão simples assim.

Esse autoamor não entra em ação com tanta facilidade e, em alguns casos, ele simplesmente inexiste quando mais precisamos dele. E sim, ele é fundamental. Há casos de vida ou morte em que esse sentimento tão pessoal faz toda a diferença. Sua escassez pode nos manter presos à pessoas, histórias e coisas de uma forma quase doentia.

Sabe aquela relação desgastada e vazia que você não vê mais futuro? Que o presente é só dor e o passado já não faz mais sentido? Você ainda continua nela porque te falta amor-próprio.
Sabe aquela pessoa que só suga sua energia, que não te coloca para frente, que não te trata como você merece e vive te trocando por qualquer outra opção? Você não consegue se desvincular e ir embora porque te falta esse olhar mais fraterno para si mesmo.
Sabe aquele emprego que não te acrescenta, não te faz feliz e te deixa de mau humor, sem ânimo para levantar e começar mais um dia? Você não tem coragem de colocar um fim nele porque te falta esse cuidado contigo.

Apegos desnecessários, medo de romper com a situação, aquela sensação de que talvez você não seja merecedor de algo melhor, o famoso “é o que tem para hoje”. Se a gente tivesse um tiquinho mais desse respeito por nós mesmos nada disso aconteceria e a vida seria mais leve.

Soltar as amarras requer uma dose enorme de coragem que só o autoamor pode nos oferecer. Seria perfeito se pudéssemos encontrá-lo nas prateleiras dos supermercados ou nos balcões das farmácias, mas acontece que ele está guardado mesmo é dentro da gente. Debaixo de camadas e mais camadas de frustrações, inseguranças e traumas, ele adormece, esperando nossa urgência de trazê-lo à tona.

Acredite: mais cedo ou mais tarde, o momento de nos colocarmos em primeiro lugar e recuperarmos a autoestima nos alcança. Ou isso ou morremos lentamente afogados num desamor sem fim. Mas, como é da nossa natureza seguir em frente, ainda que pela dor, uma hora a gente recobra o nosso valor e dá um basta naquilo que está nos ferindo.

Mas, se eu pudesse oferecer um conselho, seria: não espere esse momento crucial chegar. Vá, aos poucos, munindo-se desse sentimento tão importante para tua paz de espírito. Tenha-o aos montes em estoque, pois nunca se sabe quando vai precisar.

Faça coisas para você, acolha com alegria seus momentos de solidão, leia coisas que te inspirem, medite, ore, reze, faça uma atividade física, assista aos filmes e séries que você tem vontade na sua própria companhia. Adote um animal, seja voluntário em um orfanato, visite um asilo, gaste seu tempo com amigos e familiares que te deixam confortável. Tudo isso ajuda a construir esse caminho de chegar até você de uma forma muito profunda. Você passa a se conhecer, e, sendo íntimo de si mesmo, jamais vai permitir que qualquer pessoa ou situação te faça mal.

Amar o outro é uma sensação maravilhosa, mas amar a si mesmo é libertador e questão de sobrevivência. Mais autoamor, por favor. Queira-se bem, admire-se, cuide-se. Sempre em primeira pessoa e no presente. Quando você é seu melhor amigo, você nunca está sozinho independente do lugar/situação em que se encontra.



LIVRO NOVO



Redatora publicitária. Ama Clarice Lispector, filmes e séries (em um relacionamento sério com Netflix), músicas tristes, cachoeira, mar, chocolate, bolo, macarrão, livros, animais e, em especial, o Nino (um vira-lata).

3 COMENTÁRIOS

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