Categories: REFLEXÕES

O fim de um ciclo é sempre uma oportunidade de crescimento interior

Por Soraya Rodrigues de Aragao

A vida é a nossa grande mestra. Tudo o que nos acontece, está de alguma maneira nos favorecendo, seja para nós melhorarmos, seja para nos despertarmos da nossa zona de conforto, ou até mesmo para adquirirmos alguma habilidade ou mudarmos algum aspecto. O propósito é sempre o aprimoramento.

Normalmente nos sentimos propensos ou motivados a realizar mudanças significativas em nossas vidas quando estamos insatisfeitos ou quando as condições em que vivemos não correspondem mais as nossas expectativas. No entanto, não há necessidade de datas para nos renovarmos. Tem certos momentos na vida que por si mesmos são verdadeiros marcadores que sinalizam o fechamento de um ciclo, quer aceitemos ou não.

Precisamos desenvolver nossa “escuta interior” e através da nossa capacidade de compreensão, termos lucidez e sensibilidade para aceitarmos que algo já se deteriorou. A partir desta percepção, é possível nos reposicionarmos e nos readaptarmos para darmos boas vindas ao “novo”, com suas infinitas possibilidades.

Muitas vezes, a vida não convida, mas intima a atualizações necessárias para nosso próprio progresso, enviando-nos sinais que muitas vezes recusamos admitir e que tem um proposito maior: passar para uma etapa seguinte. Não estamos atentos a estas leituras ambientais ou simplesmente as ignoramos, pois não nos interessa sair de nossa comodidade, da nossa zona de conforto, mesmo que deteriorada. Estamos ali, agarrados a qualquer custo.

“Precisamos nos desvencilhar do que se deteriorou, seguir adiante e confiar na generosidade da vida.”

Quando a vida nos sinaliza que um ciclo está se fechando, aceite o fato e aproveite para renovar suas esperanças, oportunizando-se a gestar novos propósitos e projetos de vida. Uma readaptação nem sempre é um processo fácil, visto que dispendemos muita energia emocional na reorganização do “caos” interno. Por outro lado, este é também um momento rico para iniciarmos o precioso movimento de auto avaliação e para revalidar o lugar que ocupamos ou que desejamos ocupar no mundo.

Quando um ciclo se fecha, é porque necessitamos realizar algum aprendizado naquele contexto, para passarmos para a etapa seguinte.

“Os processos transitórios da vida não são exatamente efêmeros, mas são etapas potencialmente criativas.”

Vida é fluxo, é movimento; é a negação da estagnação das nossas crenças e percepções arcaicas como verdades absolutas que caíram por terra.

Nada é definitivo, muito menos de nossa propriedade. Acreditamos que coisas e pessoas são nossas. Na vida não existem garantias, nem datas de validade.

Com o advento de uma nova fase, Iniciam-se novas oportunidades. Em contato com contingencias que proporcionam agora o florescer de uma nova consciência, nos será permitida uma maior lucidez dos fatos. Tudo isto nos oportunizará criar a realidade que tanto desejamos e que somos diretamente responsáveis. Este movimento criativo nos permite reflexões verdadeiras e profundas que nos levam a dar novos significados a nossa existência, se abrirmos mão do que se foi e darmos as boas vindas as novas possibilidades.

A nossa vida hoje é consequência de atitudes, ações, palavras e pensamentos do passado. Sendo assim, façamos valer uma realidade diferente hoje através de uma postura diferente agora. Precisamos eliminar aspectos, coisas e posturas que não nos proporcionam crescimento, que nada nos adiciona e que podem até nos criar empecilhos.

Necessário é reciclar o nosso lixo emocional, transmutar sentimentos negativos e aprender a lidar melhor com nossas inquietações e limitações para entrarmos mais leves em um novo ciclo de vida.

Para que haja renovação verdadeira, de dentro para fora, é indispensável reavaliar a nossa percepção dos fatos, mas o principal de tudo para qualquer primeiro passo é nos aceitarmos como somos, momento este de “insights” para toda mudança verdadeira, pois a partir da auto aceitação, poderemos promover as mudanças que forem necessárias. Portanto, desnue-se interiormente, retire suas mascaras, se olhe de frente.

As vezes precisamos mudar rotas e trajetórias, provenientes das nossas reavaliações daquilo que já não nos serve mais. Mas nada foi perdido de todo: tornamo-nos mais experientes, mais capazes e aprimorados.

Em cada etapa da vida apostamos naquela realidade e investimos o melhor que podemos nela. Quando nos deparamos com algumas circunstancias, vislumbramos o quanto agora tudo o que foi vivido não faz mais sentido: neste momento nos damos conta que estamos em uma nova etapa de vida.

A nossa maior conquista é transmutar a própria vida em constante processo de evolução e recriação de nós mesmos, colocando em pratica os valores que precisamos alimentar, nos aprimorando em todas as perspectivas e principalmente aprendendo com os erros do passado.

Somos seres itinerantes na trajetória da vida e estamos aqui para aprender, para evoluir. Só poderemos renascer para uma nova realidade se tivermos a capacidade simbólica de nos despojarmos do passado, aceitar as mortes simbólicas dos ciclos que é a própria sabedoria da vida. Recriar-se. Renascer. Reinventar-se. Superar-se.

Nós, indivíduos eternos do devir, estamos sempre em processo de reflexão acerca das nossas vivencias para obter a sabedoria que precisamos e que neste mundo nunca basta. As reflexões devem ser continuas como meio preventivo para não nos depararmos com crises que poderiam ser evitadas, quando tentamos de alguma forma nos agarrar a algo que já se foi.

O fechamento de um ciclo nos oportuniza revisar, ressignificar e dar um novo sentido à própria vida, colocando em pratica um novo projeto de acordo com a nossa realidade e necessidades. Permanecer em um ciclo que já se fechou é altamente desgastante, além de se pagar um alto preço por isto. Estar aberto, disponível e receptivo para novas oportunidades e experiencias é o que a vida nos propõe ao fim de cada etapa.

Muitas vezes não estamos vivendo, mas vivenciando uma sobrevida, e não é isto o que queremos. Queremos ter uma vida plena e de qualidade, portanto deixar ir o que já está carcomido não é sinal de covardia, e sim de coragem. Coragem para dar um novo passo. Coragem para continuar a ter fé na vida, apesar dos percalços.

Para refletir:

Que possamos olhar os problemas como desafios, a dor como meio de aprendizado, as mudanças como oportunidade de transformação, a insatisfação como eterna busca. Todo processo pode ser fácil ou difícil, penoso ou desafiador, de possibilidades e aprimoramentos. Depende de como você percebe cada acontecimento. E com o fechamento de ciclos não é diferente, pois ele nos oportuniza uma nova vida.
Bem vindos à renovação.

via Vida em Equilíbrio

Conheça o trabalho e outros textos da autora em seu blog Alquimia da Vida.

A Soma de Todos Afetos

Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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