O que resta depois de um término

Por Isabela Nicastro – Sem Travas na Língua

Resta você. Despedaçada e dilacerada, na maioria das vezes, mas ainda é você que resta. Foi embora o amor da sua vida, por decisão sua ou dele, levando os programas a dois, os filmes que vocês assistiam juntos, os prazeres da vida cotidiana. Você se sente perdida, inerte, indefinida. Perdeu-se de você e agora precisa reencontrá-la.

É necessário resgatar a graça em tudo. A vida, antes colorida e cheia de paixão, parece o mesmo vai e vem de pessoas correndo sem parar. Os problemas que antes eram resolvidos com a ajuda do outro, que te fazia enxergar tudo de forma mais calma e leve, agora insistem em cair com grande peso sobre a sua cabeça. Você não sabe o que fazer com eles, com a oferta de uma vida solteira, com a pressão de ter que estar bem e com a necessidade de concluir suas atividades diárias.

O fardo é mais pesado do que você pode carregar. Quando não existe amor, ainda restam o apego, o desejo pela companhia, o medo de estar só. Agora, quando o amor ainda se faz presente, chega a doer fisicamente. Um vazio que dói e que pesa, contraditório não? Aí na busca por preencher esse vazio, recorre-se a baladas, amigos, Netflix, comida e horas de sono. Exageros costumam acontecem nessa fase e, por incrível que pareça, ao invés de preencher, acabam por esvaziar ainda mais.

Aí nisso, você esquece do que de fato restou: você. Mais uma vez: VOCÊ. É preciso voltar os olhares para o que realmente importa. Seus gostos, prazeres, delícias e tristezas. Dar atenção e viver intensamente esse “luto”. Ele está aí, é uma realidade e não pode ser negado com baladas ou sorrisos forçados. Saia sim, mas quando der vontade e com pessoas em que se sinta bem. Busque antigas coisas que te deixavam com aquela sensação de bem-estar.

Pode parecer clichê tudo isso, eu sei. No entanto, é só voltando o olhar pra si, que realmente se encontra uma saída. Ou várias. Para encontrar a luz no fim do túnel, é preciso caminhar. Ficar estagnada é manter-se na escuridão.

Fonte indicada: Sem Travas na Língua

Imagem de capa: NikitaPetrov, Shutterstock



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Capricorniana, 23 anos, jornalista. Apaixonada por mar, cães e cafés da tarde em família. Não dispenso bacon e muito menos uma boa história. Meu coração é intenso e grita mais do que a razão. Tenho o sentimento como guia e a escrita como ferramenta.

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