Só se arrependa do que você não fez

O tempo todo somos obrigados a fazer escolhas. Precisamos decidir se vamos para a direita ou esquerda; se vamos comer macarrão ou arroz com feijão; se preferimos trocar de carro ou conhecer a Europa. A vida exige e tomamos decisões. Às vezes, rápido demais e de maneira imprudente. Às vezes, após meses de reflexão.

Cada decisão exige um esforço diferente de nós, mas e se a minha decisão for decidir não fazer nada? E se entre a direita e a esquerda eu escolher ficar parado? E se entre o macarrão e o arroz com feijão eu ficar com o prato vazio?

Já me disseram (e não foram poucas vezes) que precisamos agir, fazer, mudar, tentar. Independente do medo, da incerteza, da insegurança. Ficar parado sem conseguir tomar decisões que te levem a novos lugares é praticamente a mesma coisa que não viver.

E a verdade é que toda vez que travamos ao tomar uma decisão significa que estamos com dúvidas ou medo da incerteza. Afinal, não é fácil fazer escolhas quando muitas coisas ainda estão nebulosas, não é mesmo? O incerto é aquilo que mais causa medo no ser humano, pois querendo ou não, para muitos é mais fácil se apegar à segurança e à estabilidade do que fazer uma escolha rumo à algo incerto que pode ser um baita tiro no escuro.

Acho que quanto mais velhos ficamos e mais responsabilidades temos, mais difícil é tomar essas decisões rumo às incerteza da vida. Mesmo assim, seguirei dizendo para os mais velhos o que digo para os mais novos (aquilo que muitos já me disseram também): se arrependa apenas do que você não fez.

Não fique se remoendo pelo futuro, pois o máximo que você vai ter lá na frente é um punhado de frustrações caso a sua decisão não tenha sido a melhor. O melhor de tudo será que você ao menos tentou algo, não ficou em cima do muro apenas pensando e pouco realizando, e isso é o mais incrível. No fim das contas, quando nosso corpo virar pó, o que vale é a nossa coragem de ir atrás de sonhos e deixar marcas significativas no mundo. Precisamos ter orgulho de tudo o que fazemos, pois mesmo que nem sempre a gente consiga escolher os melhores caminhos, pelo menos sabemos que tentamos, que fomos rumo às incertezas sem medo de errar e concretizamos atos de coragem. E disso a gente nunca se arrepende.

Imagem de capa: Alones, Shutterstock



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Bruna Cosenza é paulista e publicitária. Acredita que as palavras têm poder próprio e são capazes de transformar, inspirar e libertar. É autora do romance "Lola & Benjamin" e criadora do blog Para Preencher, no qual escreve sobre comportamento e relacionamentos do mundo contemporâneo.

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