Em tempos de mensagem de texto, ligação é prova de amor

Em tempos de mensagens digitadas, ligações se tornaram um sinal de estima, afeto e até confiança. Você já reparou que costumamos telefonar só para aquelas pessoas com as quais temos maior intimidade?

É lógico que aqui não falo de quem utiliza o telefone de forma comercial fazendo milhares de ligações por dia, mas de quem, em determinada hora resolve telefonar para alguém que o compreende e conhece bem.

Rubem Alves disse certa vez que uma carta de amor é escrita para que duas mãos se toquem através do papel. Para mim uma ligação telefônica é como um beijo ao pé do ouvido com o qual dizemos que nos importamos com o outro. Além do mais existem coisas que só a voz pode nos contar.

Dizem que 38% da nossa comunicação se dá através dela. Através da voz podemos perceber se a outra pessoa está triste, se está aflita ou emocionada. Também através dela percebemos o grau de excitação daquele que nos fala. A voz é capaz de nos indicar através de seu tom e dinamismo muito acerca do estado de espírito de quem está do outro lado da linha.

Um texto certamente comunica muito, mas existem sensações que só a voz expressa. Uma mensagem escrita pode sim levar às lágrimas e emocionar. Mas arrepiar a pele, não. Estudos indicam que ao falarmos com alguém especial a condução de eletricidade em nossa pele aumenta. Todo nosso corpo responde à voz de uma pessoa querida.

A possibilidade de que a comunicação aconteça através de outros meios mais dinâmicos também serve para reforçar o aspecto pessoal da ligação. A opção de ligar por si só já indica que temos maior disposição para interagir. Que estamos dispostos a experimentar o outro de forma mais completa. Indica que aceitamos correr o risco de nos deixarmos desnudar pela fala, sem a possibilidade de editar o que não conseguimos calar.

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Atribuição da imagem: pixabay.com – CC0 Public Domain



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Vanelli Doratioto é especialista em Neurociências e Comportamento. Escritora paulista, amante de museus, livros e pinturas que se deixa encantar facilmente pelo que há de mais genuíno nas pessoas. Ela acredita que palavras são mágicas, que através delas pode trazer pessoas, conceitos e lugares para bem pertinho do coração.

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