Todos nós temos uma bagagem

Imagem de capa: Goran Bogicevic, Shutterstock

Todos nós temos uma bagagem, a diferença está em como decidimos carregá-la.

Por mais clichê que isso possa parecer, a verdade é que todos temos uma bagagem da qual carregamos durante toda nossa vida e em muitos momentos essa bagagem pode nos impedir de ir a certos lugares na vida.

A não ser que você e a pessoa com quem você está se relacionando atualmente tenham vivido em completo exílio, todos temos uma bagagem psicológica seja ela pequena ou não. Por mais estranho que seja imaginar isso, houveram outras pessoas na vida da sua atual parceira (o) e não há nada de errado nisso e nada que você possa fazer para mudar isso.

Todos temos um passado repleto de momentos bons e ruins, aprendizados que trazemos de relacionamentos que fracassaram. Então de uma maneira estranha você deveria sim estar feliz com isso, porque foi por conta desse passado e dessas aprendizagens que hoje estamos mais disponíveis e amadurecidos para um novo relacionamento.

Algumas pessoas têm bagagens maiores que as outras. Uns conseguem levar sua vida normalmente sem deixar que isso interfira no seu relacionamento enquanto outros não sabem lidar bem com o peso que o passado pode representar. Isso se dá principalmente por conta de assuntos mal resolvidos, conversas inacabadas, coisas que são deixadas em reticências, pois naquele momento era mais confortável deixar pra depois ao invés de esclarecer todos os fatos.

Ainda assim devemos aprender a lidar com isso, saber o quanto ainda cabe em nossa bagagem e o quanto mais ainda podemos carregar. Assuntos inacabados geralmente fazem parte de uma bagagem, porém assuntos esclarecidos só permanecem em nossa bagagem se optarmos por eles. Não podemos revirar o passado o tempo todo e fazer dele o nosso presente e se aquele assunto foi devidamente esclarecido tire-o da sua bagagem, será menos um peso pra carregar.

Tudo que nós vivemos até aqui faz parte daquilo que nos tornamos, essa é nossa bagagem. Algumas coisas proporcionam uma boa influencia na nossa vida enquanto outras geram feridas as quais não conseguimos lidar bem e que nos machucam diariamente. A diferença está na maneira com que lidamos com cada mala e o tempo que desejamos seguir carregando cada uma delas.

Acredite não adianta entregar suas malas pra outra pessoa carregar, isso não é correto com nenhum dos dois. Entenda que suas malas fazem parte da sua vida e do que você se tornou. Imagine o quanto pode ser desagradável entregar suas malas para o outro esperando que ele organize tudo pra você. Afinal ele também tem as próprias pra carregar.

Não entregue seus problemas ao outro achando que ele tem a obrigação de resolver. Não o responsabilize pelos erros do seu passado, pelos desamores, pela falta de confiança que você tinha. Se você acredita que aquela pessoa é a melhor pra você, tenha ela ao seu lado para dividir seus momentos e não descarregue o peso dos seus problemas sobre ela. Isso não é justo.

Não é porque antes não deu certo, que a partir de agora você vai sufocar essa pessoa exigindo provas de amor ou uma dedicação cada vez maior. Entenda que existe um limite de o quanto se é exigente quando o assunto é amor. Não se torne uma pessoa ainda mais difícil se você acha que antes foi fácil de mais e agora você precisa mostrar todo o seu valor. A pessoa que você está agora talvez não conheça seu passado, não tem como determinar até que ponto isso possa dar certo.

Por mais que pareça ser difícil devemos aprender a lidar com as nossas bagagens antes de qualquer coisa. Saber exatamente quantas são, porque elas existem e se estamos prontos para carregá-las. Assim poderemos começar a buscar uma harmonia com as outras pessoas que convivemos e suas respectivas bagagens. Para isso é necessário respeito, compreensão e total envolvimento de todos os envolvidos. E antes de tudo é necessário querer fazer dar certo. Todo mundo tem uma bagagem, isso é normal, faz parte da vida. Mas como qualquer outra coisa, fica muito mais fácil quando alguém te ajuda quando está pesada demais.



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Arquiteto, urbanista, escritor, podcaster e editor. Escrevo em busca de algo que me conecta com o outro, que me faz emergir em uma onda de amor e pensamentos sobre o que a vida ainda pode ser. A escrita é uma ponte que nos conecta há um novo mundo cheio oportunidades e conhecimentos. Cabe a nós e somente nós, dar o primeiro passo para atravessar essa ponte. Podcaster no InFormais Podcast.

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