Se você soubesse o que é o amor

Imagem de capa: Bartashevich Karyna, Shutterstock

Itinerante, despretensioso, visceral. Antes mesmo dos excessos e das disputas de ego existe algo mais puro e intrínseco. O amor não é jogatina feito para preencher vazios. Ele é a certeza quando o mundo despeja prepotências além daquilo que somos capazes de carregar. Dúvidas fazem parte do caminho do amor, mas tê-las não significam deficiências orgânicas do coração. Questionar o amor é, antes de tudo, querer sê-lo. Sem amarras figurativas. Livre para a sua própria expansão de carinho e admiração.

Em dados momentos, imaginamos o amar como algo que não precisa ser dito, afinal, basta sentir. E palavras e gestos podem ser manipulados a seu favor, esteticamente articulados e propositalmente concebidos para trazer realidade ao nosso sentimento. Mas o amor precisa ser dinâmico, tateável e ávido. Não há como expressar a importância máxima desse afeto tempestuoso sem usar do vocabulário, sem conduzir por meio de mãos e lábios o quanto ele representa para quem o vive.

O amor é bonito nas afinidades, mas atraente nas diferenças. Porque a sua energia motor reside na coragem de dois corpos que escolheram estarem. Não por ausências alocadas do passado, mas por somatórios improvisados do futuro. Agita-se cada molécula, trejeito e pensamento. Um calor que aquece e não incomoda. Muros sentimentais são desconstruídos para darem lugar a novos instantes.

Se você soubesse o que é o amor. O tempo de um templo, sincronizado e desejoso por cumplicidade e sinceridade. Sem janelas e portas. Exposto no singular e ainda assim tão plural quando reconhecido.



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