Ensaio sobre a vida

Imagem de capa: TUMGUITARSOLO, Shutterstock

Diariamente eu chego a simples conclusão de que a vida é tão maravilhosa porque também é feita de colos, de feridas que cicatrizam, de amigos que celebram ou choram junto, de café coado com coador de pano, de gente que pega ônibus ou faz caminhada pela manhã, de quem planta o que se pode comer, de vizinhos que alimentam seus gatos com comida de gente.

Que a vida é feita de algumas pessoas que direcionam todo o seu potencial criativo para melhorar a qualidade de vida de gente que eles nem conhecem. Que é feita de e-mails que chegam recheados de saudade e de cartas extraviadas solitárias numa gaveta de um correio qualquer. De muros e pontes e cais. De aviões que suprimem distâncias e de barcos que chegam. De bicicletas que atravessam cidades. De redes que balançam gente. De rostos que recebem beijos. De bocas que beijam. De mãos que se dão.

Que existem pessoas altamente gostáveis, altamente rabugentas, altamente generosas, pessoas distraídas que perdem as coisas, mal educadas que buzinam sem necessidade, pessoas conectadas que se preocupam com o lixo, pessoas apaixonadas e apaixonantes, possíveis e impossíveis, pessoas que se entregam, pessoas que se privam, pessoas que machucam, pessoas que chegam pra curar; desencadeadores de poemas, de sorrisos, de lições de vida que ficarão guardadas para sempre..

A vida é tão maravilhosa porque ela nos compensa com ela mesma.



LIVRO NOVO



Marla de Queiroz, brasileiríssima, é marlabarista de palavras. Simples e complexa como a contradição. Negra-índia urbana: fruto improvável de nó de intelecto e calo de mão. Seus versos vêm da imagem, do amor, da saudade, da contemplação. Com estética e sotaque próprios, nascem em Brasília e deságuam no Rio de Janeiro. Ler Marla é sentir a confortante sensação de que não estamos sós. É saber que temos alguém por perto para expressar o que sequer conseguimos sentir. (André Averbug)

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