O assédio moral está nas entrelinhas

Este artigo busca atingir aqueles que sofrem calados e que não sabem o poder que possuem de se levantar e decidirem o rumo de suas vidas. O assédio moral nem sempre é claro, mas se estiver sofrendo em seu ambiente de trabalho, provavelmente você é vítima de assédio moral. Um ambiente de trabalho deve ser um ambiente de respeito e paciência.

Esta semana uma notícia me chamou a atenção… Uma funcionária foi indenizada por entrar em depressão após viver uma rotina estressante em um ambiente de trabalho. Fiquei feliz com a notícia e decidi mandar a letra.

Diariamente trabalhadores de diferentes idades, sexo ou cor passam por pressões no ambiente de trabalho e ninguém entende o quanto essas coisas atrapalham a vida desses funcionários. Seja uma brincadeirinha de mau gosto, até um esporro desmedido por um problema simples de resolver. O trabalhador se sente indefeso e acaba aceitando as condições do local de trabalho por achar que sua frustração ou medo são coisas bobas ou fraquezas que devem ser desconsideradas para que cresçam profissionalmente. O que ocorre é que uma pessoa cresce muito melhor profissionalmente se for ESTIMULADA e não, DESMERECIDA em tudo o que faz, sofrendo agressões sentimentais como por exemplo: “Ninguém nunca vai te respeitar na sua vida” por um erro bobo, que poderia ser facilmente corrigido. Ou te mandar ir embora mais cedo num tom subentendido, mas quase “claro” de: “Não quero mais olhar para sua cara hoje”.

O grande problema é que esses assédios morais podem facilmente ser confundidos com o seguinte: “Eu não quis dizer isso, eu não disse isso, você que entendeu desse jeito”. Onde o assediador se esquiva facilmente da responsabilidade porque ele não usou as palavras chaves para serem consideradas um assédio de fato. O assédio moral ocorre nas entrelinhas…

Ou, como dito ao meu pai quando era jovem: “Teu trabalho é tua vassoura”. Mas naquela época, as pessoas eram mais descaradas mesmo… Hoje, talvez seja pior, pois as coisas ficam nas palavras meio ditas. Torna-se mais difícil entender ou denunciar. O que sobra são apenas as noites mal dormidas, ou até um aniversário passado sob lágrimas por não ser perdoado nem neste dia… Sim, muitos passam por isso todos os dias.

Algumas pessoas se estimulam sendo “castigadas” e outras, como eu, passam quase 3 meses se distanciando do mundo por se sentir incapaz de fornecer um bom trabalho, repensando em qual rumo tomar para a vida para que ela volte a ter gosto. A tentativa da busca pela esperança que se foi e não voltou…

Uma cara feia para o trabalhador todo dia, uma briguinha à toa, uma fala humilhante ou uma cobrança além do normal por algo que não merecia tanta atenção e, principalmente, a falta de habilidade e PACIÊNCIA de ensinar de muitos dos “chefes” que não deveriam estar na posição sem antes terem sido os funcionários que coordenam, podem se tornar ao longo do tempo, um peso tão insuportável de carregar, que somente a demissão ou o afastamento podem corrigir. E o problema realmente são os antidepressivos e os tratamentos pagos, além do desgaste psicológico de leva meses ou anos para ser corrigido.

O bom, é que dinheiro nenhum paga a paz interior e muito menos, as voltas que o mundo dá. Não estou me referindo a vinganças contra aquele que feriu o outro, afinal, quem cuida deste é Deus e não a gente, mas o retorno da luta de vida do trabalhador humilhado e que se ergue depois do passado que o assombrava.

Hoje, a “vassoura” do meu pai é o CRM dele e um dia, minha “vassoura”, serão minhas aulas.

Trabalhadores, vocês têm o poder de guiar seus caminhos. Não se submetam um dia a ficar em uma empresa que ache normal a humilhação e o desmerecimento dos seus funcionários. Geralmente, ambientes hierárquicos são assim. Busquem lugares, onde o funcionário tenha a sua vez e voz. Não se contentem com ambientes onde um estagiário seja explorado com atividades que não lhes cabem, ou onde qualquer pessoa com uma função mais simples do que a outra, seja desmerecida. Todos devem ser iguais.

O respeito se ganha respeitando.

Se seus chefes querem ser respeitados, exijam que eles lhes respeitem antes de tudo. Aquilo que estiver nas entrelinhas deve ser respondido com: “Por quê está falando comigo neste tom, ou desse jeito?” E o agressor logo entenderá que você entendeu as entrelinhas dele. E ninguém terá dito nada de agressivo… Não é assim que a banda toca? Então vamos tocar uma sinfonia!

“No entanto, o assédio moral e suas repercussões na vida da trabalhadora são de responsabilidade da empresa.”



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Nasceu em Petrópolis-RJ, mestranda e graduada em Relações Internacionais pela Universidade do Brasil! Tem interesse em tudo que se pode imaginar, até química, física, logaritmo e quadrantes. Sempre adorou escrever e coleciona caixas de textos que escreve desde a infância. Seja sobre poesia da vida cotidiana ou sobre assuntos políticos, filosóficos, antropólogos, científicos, sua vida é de uma forma ou de outra ligada à tentativa de olhar o mundo com mais profundidade do que a correria da rotina nos permite. Nada lhe escapa, dos assuntos cotidianos às condições políticas que acontecem ao redor. O que varia é o horário, a inclinação do olhar ou da cabeça também... Quer falar todas as línguas do mundo... ou quase. Quieta de vez em muito, nada como a introspecção para refletir a vida um pouquinho. Mas também pode fingir ser a pessoa mais extrovertida do mundo se quiser. E engana bem. Da personalidade mais rara do mundo, INFJ com muito prazer!

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