Me ensinaram a ser uma mulher forte
Pin up woman striking a strong woman pose

Por Juliana Umbelino – Via Sábias Palavras

Ensinaram para mim, desde pequena, que as coisas não vinham fáceis pra você se você tinha nascido mulher. Desde então, repetem insistentemente pra mim que eu devo ser uma mulher forte. Já falaram para ser uma menina, uma garota e, por fim, uma mulher forte. É preciso muita força para aguentar as mazelas da vida e toda a carga que jogam para cima de você.

Mas o meu problema não é ensinar as mulheres a serem fortes, e sim ensinarem aos homens a usarem a força para chegarem onde quiserem. Por que não ensinam para meninos e meninas a ternura desde bem cedo? Por que não ensinam que o amor é mais importante do que qualquer desavença, do que qualquer mal entendido? Por que não ensinam que precisamos de ternura, afeto e compaixão para conseguirmos viver num mundo bem menos cão?

Dizem que é difícil mudar todo um sistema patriarcal que atribui força ao homem e conformismo para a mulher. É difícil mudar a cabeça das pessoas. Por isso mesmo, o ideal seria educar as crianças para que o mundo seja melhor.

Mas, não, preferem ensinar para as meninas que elas precisam ser fortes, que elas precisam se defender, se levantar das porradas da vida e sair por cima sempre que possível.

Ensinaram que uma uma mulher forte é aquela que tem casa, emprego, família, estudos e ainda dá conta de tudo usando um salto 15. Mas, olha, não é bem assim. Conheço mulheres fortes que nunca usaram salto, que nunca estudaram, que nunca trabalharam, que não tem família. Conheço mulheres que são fortes o suficiente porque várias pessoas abusaram delas de formas diferentes.

É muito fácil doutrinar o outro como uma pessoa forte e inabalável do que dizer para as outras pessoas que elas podem ser menos difíceis de lidar.

Ser uma mulher forte, para muitos, é ser super heroína. Mas vamos falar a verdade: ninguém quer ser super herói. Quer ser gente e pronto. Por que não nos ensinam a ser gente desde pequenos?



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Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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