É fácil excluir do face, difícil é excluir da vida

Não deve existir quem nunca quis excluir uma pessoa de sua vida, apagá-la de suas lembranças, esquecer tudo o que diz respeito a esse alguém. Da mesma forma, há situações das quais nos arrependemos, momentos que desejamos não terem acontecido, palavras que não deveríamos ter dito ou sufocado. Infelizmente, ou felizmente, apagar o passado é impossível, pois somos resultado de tudo o que fizemos até chegarmos aqui hoje, seja o que foi bom, seja o que foi desastroso.

No entanto, há momentos em que temos que tentar seguir sem a companhia de algumas pessoas, caso queiramos mudar o rumo de nossas vidas, caso não consigamos mais respirar serenamente ao lado delas. Mas, por mais que tentemos, é difícil deixar de lado alguém, ignorá-lo, fingir que ele não existe, pois, quanto maior a intensidade do que aconteceu, mais fortes estarão dentro de nós as lembranças do que vivenciamos.

Assim também ocorre com certas experiências pelas quais passamos, sendo muitas delas penosas, tristes, doloridas. Voltar a elas, aqui dentro de nós, é uma viagem de agonia e dor, pois então revivemos os piores sentimentos de nossas vidas. Mas nem adianta não querermos lembrar, ou tentar enterrar esse passado, ele sempre estará conosco, à medida que também constituem nossa jornada, nosso caminhar até onde estamos e somos.

Cabe-nos aprender com tudo o que aconteceu ou deixou de acontecer em nossas vidas, refletindo sobre a forma como estamos protagonizando o rumo dos acontecimentos que pontuam nossa jornada. É preciso digerir isso tudo, tendo em vista a necessidade de mudarmos as ações e os comportamentos que nos impedem de avançar com serenidade rumo à nossa realização pessoal.

Quanto às pessoas ao nosso lado, teremos que ignorar muitas delas, desprendendo-nos de quem parece querer que estagnemos, ou que retrocedamos, nunca nos ajudando a avançar, a melhorar. É necessário nos libertarmos de gente que suga, emperra, diminui e fere. No Face, a gente exclui e bloqueia; na vida, a gente se afasta e ignora. Mesmo que tenhamos que conviver em ambientes com alguém que faz mal, praticar o exercício do desprezo nos poupará de intranquilidade.

Dependerá de nós tão somente a iniciativa de manter por perto as pessoas certas e de utilizar o que nos aconteceu como mola propulsora, ao invés de lamentarmos passivamente, sem tomar a dianteira dos próprios caminhos. Temos que nos conscientizar, primeiramente, de que somos o resultado de tudo o que aconteceu, de todos que estiveram conosco. O que foi bom devemos guardar no coração e o que machucou devemos usar como lição de vida e superação.

Os erros do passado podem nos motivar a melhorar e as pessoas difíceis podem nos servir como exemplos de quem não queremos ser. A utilidade de tudo depende da maneira como encaramos a vida, ou seja, ter a certeza de que o melhor sempre estará nos aguardando é a melhor forma de parar de sofrer por coisas e pessoas que não nos servem mais. Vida que segue, sempre adiante.



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"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".

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