Ei, melhor que acreditar no amor é viver o amor

Se eu pudesse te desejar algo, desejaria que você soubesse do amor ao invés de acreditá-lo somente.

Porque acreditar pede que a gente tenha fé em algo que ainda não alcançou, em algo bem distante, mas provar o amor, mesmo que por um curto espaço de tempo, é deixar-se inundar por um êxtase emocional no mínimo indescritível.

Que a gente prefira o gosto adocicado do amor, mesclado com afinidade, carinho e desejo, em dias de sol ou de chuva, às incertezas e suposições de um amor que um dia quiçá. Que a gente prefira o amor de verdade que nos sorri com um pedaço de alface no dente ao amor idealizado que nunca será.

E não importa se o amor chegar de improviso. Que a gente se permita o amor do jeitinho que ele é.

Há quem projete uma infinidade de possibilidades no amor e quando ele não deságua onde quer que seja, tenta escondê-lo. Tem gente que cobre o amor vivido como se fosse uma cicatriz feia quando ele não é perfeitinho do jeito que um dia sonhou.

Não, o amor não tem que ser mascarado ou escancarado. A gente tem que se permitir o amor guardando-o com carinho no coração e sempre voltar a ele quando a vida se tornar seca e ríspida demais.

A vida comumente se torna seca e ríspida demais.

O amor possível não merece desfeitas, pois ele, mesmo que carregado de defeitinhos, é melhor que qualquer um de filme ou novela.

Tem gente que deseja que o amor surja se anunciando, como se fosse algum tipo belo de Eros. A gente não pode esquecer que Psique teve a promessa de um marido quase monstro, mas que dando uma chance a ele, mesmo não podendo vê-lo no escuro, apenas escutando-o e se deixando tocar por ele, acabou caindo de amores.

O perfeito também mora no imperfeito. O mundo das ideias é bonito, mas nós não vivemos nele. Quem ama o feio, bonito lhe parece. Se a pessoa que amamos tem defeitos, mas está aberta a mudanças, pode surgir dessa relação um belo amor tipo Eros e Psique.

O amor é o que é. Alto ou baixo. Falante ou calado. Maculado ou recheado de imperfeições. Amor é amor, não podemos esquecer disso. Que a gente possa abraçá-lo com carinho, sem receios. Que um dia, quando alguém nos perguntar do amor, como se ele fosse algum tipo de entidade mística, que a gente possa dizer daquilo que sabemos e provamos, sem necessidade alguma de provar a sua veracidade.

Que a gente saiba do amor e não somente acredite na possibilidade dele existir por aí, pois para o amor sabido e vivido não há contestação!

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Vanelli Doratioto é especialista em Neurociências e Comportamento. Escritora paulista, amante de museus, livros e pinturas que se deixa encantar facilmente pelo que há de mais genuíno nas pessoas. Ela acredita que palavras são mágicas, que através delas pode trazer pessoas, conceitos e lugares para bem pertinho do coração.

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