Sobre o dia em que eu me apaixonei

Quando cada sorriso faz o coração acelerar e quando todos os abraços viram confissões, você sabe. Você sabe que se apaixonou e depois desse segundo de entendimento, tudo muda. É o momento que jogamos todas as fechaduras que nos trancavam antes e eliminamos as barreiras que antes nos afastavam de qualquer contato que pudéssemos ter. É quando recuperamos todo o amor que guardamos na caixinha e, finalmente, a vontade de entregá-lo supera qualquer medo que antes reinava.

O dia em que eu me apaixonei eu parei de me incomodar com os detalhes que saíam do meu controle e passei a amar todos os impulsos e imperfeições. Foi o em que dia que eu soube que tinha tirado a sorte grande e comecei a olhar mais ao meu redor, porque percebi que nem tudo é tão complicado quanto parece e que tudo bem não calcular cada passo que vou dar, já que posso acabar indo para um caminho que nunca imaginaria antes e, ainda sim, gostar.

Foi o momento em que decidi ir pelo lado da paz e ignorar cada chance de que pode dar errado e me concentrar somente no quanto pode dar certo, já que eu daria o melhor de mim para que realmente desse. Foi quando eu descobri que não precisava que me trouxessem mais nada, pois tudo o que eu precisava era da pessoa que estava do outro lado da linha e foi até mesmo quando passei a gostar do silêncio, pois até a respiração em sincronia com a minha já era capaz de me acalmar.

Quando eu me apaixonei, comecei a criar metáforas e abusar de todas as hipérboles. Tentei fugir de todos os clichês, mas foi como andar em círculos e parar no mesmo lugar. Eu sabia que precisava de alguém. Porém, não sabia como eu queria, com que forma ou com que jeito, mas foi eu me apaixonar para eu saber que estava precisando de alguém que valia a pena precisar.

É um desejo constante de abraçar forte e não mais soltar. Dá vontade de atravessar a cidade, bater na porta só para dizer “oi” e o que vem depois disso não importa, pois só a sensação de receber outro “oi” de volta faz valer todo o caminho andado. É um momento que você para de guardar o que sente dentro de você, porque já não te cabe mais. E quando transborda assim, você precisa compartilhar e guardar um pouco no coração do outro alguém, já que no seu falta espaço para tanto. Simplesmente dividir, com todas as falhas e erros, porque o amor não se faz só de bons momentos. E quando os ruins chegam, o coração está tão calmo que sabe aceitar o silêncio e sabe lidar com os problemas que a vida traz.

Mas superar juntos é sempre a melhor opção. Doar a si e receber o mesmo de volta. Não é preciso cobranças, pois tudo vem por vontade própria. Somam-se os sonhos. E a vontade de estar um com o outro nunca passa, pois tempo nenhum é suficiente para suprir a saudade. É intenso. É tão rápido que você não consegue entender como há segundos atrás não sentia nada e de repente, já sentia tudo. É um impacto imensurável. Todos os dias. O amor pode ser mesmo esse dominó sem fim de clichês, mas continua sendo imprevisível. Sendo assim, cada minuto é uma surpresa. Você pode até saber o que vai dizer, pois em qualquer canto há algum texto falando de amor, mas o que você sente… ah, o que você sente! Isso sim não dá para descrever. Não dá para encaixar em paradigmas ou encontrar escrito em uma parede qualquer. É como um encaixe de peça que pertence só a você, tão único quanto a pessoa que te faz sentir assim.

Então, meu bem, devo dizer que toda a viagem foi compensada na estação em que te encontrei… Assim sendo, fica comigo?



LIVRO NOVO



"Paulista. Pisciana. 21 anos de excesso de sentimentos. Nada como um gole de café e uma dose de drama pra passar o dia. Meu bem, eu exagero até nas vírgulas."

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